O estadista moçambicano, Daniel Chapo, recebeu ontem, em audiência o presidente e director executivo da multinacional DP World, Sultão Ahmed Bin Sulayem, que se comprometeu a duplicar a capacidade do Porto de Maputo no período de um ano, tornando-o o mais profundo da região, com um calado de 16,5 metros.
O encontro entre as partes tinha como objectivo reanimar o compromisso da multinacional com a expansão logística e o desenvolvimento económico de Moçambique. “Discutimos e actualizámos sobre a expansão do Porto de Maputo, onde vamos dobrar a capacidade em um ano. Teremos o porto mais profundo desta área, de 16,5 metros. Isso permitirá que Maputo se torne realmente um porto muito importante para Moçambique, assim como para os vizinhos ao redor”, disse o Sultão Bin Sulahem, minutos após o encontro com Chapo.
Vale lembrar que a DP World é accionista maioritária da Sociedade do Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC), e opera o terminal de contentores desta importante infra-estrutura portuária. Globalmente, a empresa está presente em 80 terminais, dos quais 49 em África.
Além da expansão do porto, Bin Sulayem disse ter discutido com o Presidente da República a importância da Zona Económica Especial (ZES) de Maputo para o crescimento económico do país. A visão estratégica da empresa passa também por ampliar as ligações comerciais de Moçambique ao mundo.
“Actualizámos a nossa visão sobre como ligar Maputo à maior parte do mundo. Acreditamos que os fundamentos económicos de Moçambique são muito fortes, e o Presidente nos confirmou isso. Já colocamos um grupo para ver o que mais podemos fazer para expandir e utilizar a capacidade logística de Moçambique”, afirmou.
O Sultão Bin Sulayem explica que a localização geográfica de Moçambique representa uma vantagem competitiva para o comércio global. “Acreditamos que é uma oportunidade incrível. Tem uma boa localização e é logisticamente muito próxima a grandes mercados ao redor. O que precisamos fazer é investimento da DP World, acrescentou, será feito em diversas partes do sistema logístico nacional, com o objectivo de integrar melhor o país às cadeias de fornecimento regionais e globais”, referiu.
“Investiremos em muitas partes do sistema logístico para garantir que os clientes que chegam a Maputo se ligam e se conectem com as grandes regiões ao redor”, acrescentou.
O responsável destacou ainda o potencial de Moçambique em recursos naturais e agricultura como pilares para o crescimento sustentado. “Este país está abençoado com muita riqueza, de gás, petroquímicos, minerais, muitas oportunidades. Tudo isso precisa ser desbloqueado. Uma vez que você desbloqueia essas oportunidades, eu acho que este país terá um grande crescimento”.
Bin Sulayem concluiu apontando a agricultura como um sector-chave. “Acreditamos que a força deste país se baseia na sua capacidade na agricultura. Hoje, talvez, nem todas as terras aráveis são usadas, mas definitivamente, se implementarmos uma política para encorajar o desenvolvimento da agricultura, a agricultura será uma grande coisa”.
A audiência com o Presidente Daniel Chapo reforça o posicionamento de Moçambique como plataforma logística e industrial estratégica na região, com a DP World a projectar o país como destino de investimento para várias indústrias e como alternativa competitiva para produtores globais.