Jovens residentes na cidade de Nampula pedem ao governo a redução dos preços dos produtos de primeira necessidade como forma de minimizar o sofrimento da população, uma vez que os actuais não são compatíveis com o bolso do cidadão. Grande parte da camada juvenil associa o custo de vida à falta de emprego que assola muitos jovens.
“Estamos a enfrentar várias dificuldades por conta do elevado custo de vida, desde os preços até o acesso ao emprego”, disse Jana Amisse, que exige ao governo oportunidades de emprego para os jovens, independentemente de possuir ou não uma formação profissional.
Cláudio Rafael, técnico informático que desenvolve as suas actividades no mercado Novo na cidade de Nampula, alerta que o governo deve trabalhar com vista a ultrapassar a questão do desemprego, sob pena de ressurgimento de mais ondas de protesto contra o elevado custo de vida.
“O nosso governo deve trabalhar para dar oportunidades aos jovens desempregados. Mesmo aqueles com alguma formação também não têm emprego ou alguma actividade de renda”, disse Cláudio Rafael.
Outra entrevistada, Lara Lopes, diz que o custo de vida em Nampula é sufocante, daí que muitos olham para as manifestações populares como um grito de socorro.
“As coisas estão complicadas, passamos por momentos conturbados nos últimos meses por conta das manifestações e, como consequência, o custo de vida subiu. Espero que se concretize a promessa do Chefe de Estado sobre a redução dos preços, caso contrário, as manifestações populares vão continuar”, disse Lara Lopez.
Por seu turno, José Fausto pede ao governo para trabalhar com os agentes económicos para a redução do preço de arroz, óleo, farinha de milho, entre outros produtos de primeira necessidade. “Ficaria feliz se o governo tentasse responder ao clamor do povo, sobretudo dos jovens”. Refira-se que o governo afirmou na última sessão do Conselho de Ministros que o custo de vida só poderá baixar caso terminem as manifestações. (Carta)