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3 de Março, 2025

Terrorismo em Cabo Delgado: insurgentes extorquem dinheiro a pescadores em Macomia

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Um grupo de terroristas, que se fazia transportar numa embarcação a motor, escalou na quinta-feira passada três aldeias no litoral do distrito de Macomia, no centro de Cabo Delgado, onde efectuou algumas cobranças aos pescadores que recentemente retornaram àquela região.
A prática, adoptada nos últimos dias pelos terroristas que operam no litoral da província, visa garantir a sua logística, e resulta da fraca presença das Forças de Defesa e Segurança. Enquanto isso, no interior continuam a atacar, saquear, queimar bens e até matar civis e militares.
Fontes a partir da vila de Macomia confirmaram à “Carta” que os terroristas escalaram as aldeias de Milamba, Pequeué e Pangane, junto à costa, onde, além de produtos alimentares, exigiram valores monetários.
Os montantes eram cobrados igualmente aos proprietários dos barcos, incluindo os de pequenas embarcações.
“Os terroristas ainda estão em Mucojo. Estiveram em Pangane, mesmo com a presença das forças do Ruanda. Não podemos falar sobre essas forças, pois elas sabem bem o que vieram fazer”, disse uma fonte que preferiu não ser identificada, admitindo que a situação ainda está longe do fim.
Para sustentar a sua versão, a fonte acrescentou que os residentes dos postos administrativos de Mucojo, Quiterajo e Chai, que ainda estão na vila sede devido aos ataques terroristas, terão novas áreas habitacionais, que serão parceladas nos próximos dias, o que dá a entender que o retorno definitivo está longe de acontecer.
“Foram a Pangane com um novo barco, obrigaram os moradores a contribuir à luz do dia. Primeiro cobraram os marinheiros, depois fizeram reféns e, por fim, os seus patrões”, narrou outra fonte, descrevendo que a sua incursão foi rápida.
Além de valores monetários, os terroristas apoderaram-se e/ou compraram produtos alimentares nas aldeias de Pequeué e Pangane. As novas incursões terroristas acontecem numa altura em que o Chefe de Estado, Daniel Chapo, reiterou a necessidade de melhorar a acção das FDS para proteger a soberania do país. (Carta)

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