(Por João Figueiredo)
O que verdadeiramente é preciso, é “Fazer acontecer”!
Lá teoria temos todos. Todos sabemos o que o País precisa, falta nos fazer acontecer.
Só teoria não vale de nada.
E para que aconteça, na minha opinião, carecemos:
– Estabilidade política e social. Tenho andado no estrangeiro a procura de investidores para determinados sectores, e esbarro sempre nos recentes acontecimentos pós eleitoral que ocorreram no país, nos níveis de burocracia, na dificuldade de repatriamento de dividendos, nos níveis de corrupção e outras barreiras que alimentamos há anos, como uma ausência de uma política fiscal justa e equitativa e uma proteção a concorrência leal que rompa com o actual ambiente a onde ao informal tudo é permitido e ao investidor formal tudo exigido. A nível social debato-me sempre com o questionamento da nossa incapacidade de travarmos o flagelo dos raptos.
– carecemos ainda de capital nacional para incorporar os interesses nacionais nestes investimentos, devido a descapitalização do nosso empresariado e á ausência de Fundos de Capital de Risco;
– carecemos de Investidores, nacionais e/ou estrangeiros, que tenham uma visão e um propósito para o Medio e longo prazo e sejam capazes de criar uma maior integração das suas actividades promovendo o crescimentos das cadeiras de valor a nível nacional. Investidores que não vejam nas famosas “boladas” a forma de crescimento do seu peculio, antes sim na desenvolvimento da sua actividade económica produtiva. Que apostem na maior criação de valor na cadeia de produção, que apostem em reinvestir os lucros gerados da actividade no próprio País.
– carecemos de parceiros que para além de capital sejam capazes de trazer know How e tecnologia actual e modernizadas. Temos q evitar que o investimento para o País seja feito com base na deslocalização de fábricas e equipamentos obsoletos noutros mercados, o refugo dos outros não é a nossa salvação. Evitar que a nossa vantagem competitiva seja vista apenas pelo baixo custo da mão de obra.
– carecemos, ainda, de um aparelho judicial, verdadeiramente independente que opere com eficácia e em tempo útil.
– E para terminar uma lista longa mas cujo o fundamental está identificado, precisamos de um Sistema Financeiro mais robusto, o que no meu entendimento, determina:
1- iniciar desde já e desenvolver um processo de concentração dos bancos pequenos;
2- uma maior distribuição do mercado bancário , ou seja uma diluição das cotas de mercado dos grandes bancos por 6 a 8 (no máximo) bancos comerciais a operar no nosso mercado;
3- a criação de um verdadeiro Banco de Desenvolvimento, a criação de um Banco vocacionado para as MPMEs e a criação de uma Instituicao de Capital de Risco.
Mas, sublinhe-se, a primeira grande condição para atrair os investidores é a estabilidade política e social consistente ao longo dos tempos.
Não sendo possível resolver tudo de uma vez, é possível ir dando passos nesta direção. Vamos ver do que somos capazes.
É preciso dar passos no sentido do afastamento de um modelo em que o Estado é o maior impulsionador da economia , o seu maior agente, o seu maior empregador e …… uma máquina que não criando valor, a única coisa que faz crescer é a sua dívida. A dívida pública é de todos nós e o Estado enquanto agente econômico tudo o que tem feito é mirrar o espaço do empresariado privado e promover o crescimento do endividamento nacional. Ao Estado compete impulsionar e criar as condições e a nós sector privado a obrigação da dinamização da economia.