“Estamos a morrer a fome, papá Nyusi”, gritou Florinda Gonçalves; uma mulher brava com uma fala revolucionária; lamentou em uma das línguas nacionais, Xichangana. “Nós temos coragem de falar com o governo sobre a caça furtiva”, afirmou Florinda. Indo mais disse “aqui tem muita gente pobre, por isso é insulto para nós falarmos do […]
Seguíamos pela EN380 numa motorizada da marca Xinthai quando sons de bombas e bazucas inundavam os nossos tipanos e chorávamos a alta velocidade. Pela estrada, cruzavamos com crianças, mulheres e idosos famintos, com trouxas na cabeça e pensando porque não foram dadas assas para que num instante estivessem num local seguro e sem medo de […]
Por: Omardine Omar Escuro e sombrio. Fedorento e indigno é o local para onde a “bófia” me atirou na tarde do dia 25 de Junho, quando o País inteiro enforcava a voz na festa do dia da Independência Nacional. A tarde prometia ser produtiva em termos jornalísticos, mas terminou numa pólvora de tragédia. Três […]
Minhas lágrimas secaram de tanto chorar. Minhas pernas estão nas mãos de tanto andar e correr. Meu corpo de menino transformou-se num quadro de pinturas, devido às feridas e cicatrizes que contém. A nossa memória está entupida de imagens negras de sangue e morte. Cabo Delgado! Nossas casas, donde fugimos, tornaram-se ruínas que […]
As casas foram queimadas. As bonecas esfoladas. A nossa inocência molestada. Dói ser criança, numa terra onde a guerra e barbárie imperam. Não sabemos até quando teremos que esperar para honrar as almas dos nossos irmãos decapitados em Xitaxi, explodidos no Ibo e esquartejados em Bilibiza. Quem nos acude? Nós as crianças de […]
Excelências, Antes de mais, aceitem as minhas cordiais saudações num momento em que o mundo enfrenta uma pandemia que dia-a-dia vem mostrando o quanto somos vulneráveis e desprotegidos. Excelências, chamo-me Omardine Zacarias Omar, de nacionalidade moçambicana, um país sempre exposto ao fogo cruzado global desde as decisões políticas, económicas e de constantes conflitos. […]
Passam 44 anos desde que jovens de ontem libertaram o povo e a terra deste meu país da humilhação e desprezo do colonialismo. Depois disso ninguém esperaria que esses mesmos libertadores pudessem vender este país a um preço de banana! Os libertadores de ontem “esqueceram-se” que apesar de a meta que se pretendia com a […]