O desentendimento entre os populares da cidade de Tete, os militares e a edilidade continua na ordem do dia. Depois do evento “turbulento” do passado dia 12 de Abril do presente ano, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e Defesa de Moçambique (FADM), Joaquim Mangrasse, deslocou-se à cidade de Tete no intuito de se inteirar in loco do assunto, uma vez que parte significativa dos talhões foi ocupada por civis. Alguns até já edificaram as suas casas no bairro de Chingodzi com recurso a dívidas contraídas nos bancos comerciais e, em alguns casos, ainda não liquidadas.
Vai daí que um processo com o número 08/2022, em que está em causa um imóvel localizado no bairro de Chingodzi, será executado no próximo dia 25 de Abril, envolvendo a empresa Multiflora Decor, Limitada e duas cidadãs numa dívida avaliada em 17 milhões de Meticais, cujo exequente é o First National Bank, Moçambique, SA, e que está a ser julgado pela 5ª Secção Comercial do Tribunal Provincial de Tete.
Conforme apuramos, casos similares estão a acontecer em bairros como Samora Machel e 25 de Junho. Segundo reportamos no passado dia 18 de Abril de 2022, a situação ocorrida em Chingodzi, no passado dia 12 de Abril, também é vivida em diferentes locais.
Município de Tete diz estar a fazer novas demarcações
Vinte e quatro horas depois de a “Carta” ter publicado a notícia sobre a detenção de um cidadão em Tete por ter denunciado conflito de interesses do Presidente da Autarquia nas terras em disputa, o Conselho Municipal da Cidade de Tete, como lhe é característico, enviou uma “nota de esclarecimento”, dizendo que nos seus comícios “nunca se registou a ordem de intimidação, muito menos a recolha aos calabouços de qualquer munícipe”.
À nossa reportagem, o Município explica que começou um novo processo de demarcação para preservar a área ainda não vandalizada do espaço pertencente à Rádio Técnica da Base Aérea de Tete, pois, a área vandalizada ficou com a população.
O documento diz ainda que o Edil de Tete, César de Carvalho, não disputa qualquer residência com um munícipe, pois, “a mesma situa-se num local em que o Conselho Municipal da Cidade de Tete está efectuar um processo de requalificação em continuidade do Mercado Zambeze, onde foram retiradas neste local, na primeira fase, 111 vendedores e removidas igual número de barracas e na segunda fase 7 bancas, 2 residências e 2 oficinas”. (Carta)