Grande parte de empresas que opera no sector de exploração de recursos minerais e hidrocarbonetos não faculta informação de interesse público, revela uma pesquisa levada a cabo pelo Centro de Integridade Pública (CIP), uma organização da sociedade civil cujos princípios fundamentais orientadores assentam na integridade, transparência, prevenção da corrupção e na boa governação.
Com o objectivo de elaborar a terceira edição do ranking de transparência das empresas do sector extractivo, no âmbito do Índice de Transparência do Sector Extractivo (ITSE-21/22), o CIP convidou, em Junho último, todas as empresas do sector extractivo, bem como instituições governamentais, organizações da sociedade civil e público em geral, a contribuir com informações para a análise sobre a disponibilização de informações por parte das empresas que serão analisadas.
Todavia, passados quatro meses da solicitação, apenas cinco (05) empresas, de um total de 22 estudadas, é que facultaram informação solicitada. É caso (para o subsector de hidrocarbonetos) da Sasol, Empresa Nacional de Hidrocarbonetos E.P e da Montepuez Ruby Mining Limitada e Kenmare Resources plc para o subsector de exploração de minérios.
Das 17 empresas que teimam em não partilhar informação de interesse público no âmbito da transparência na indústria extractiva, destacam-se, para o subsector de exploração de hidrocarbonetos, a TotalEnergies, Eni, ExxonMobil, Matola Gas Company e a Empresa Moçambicana de Hidrocarbonetos. No subsector de extracção de minérios, o destaque vai para a Vulcan Resources (antes Vale Moçambique), ICVL Zambeze, Jindal Mozambique, Minas Moatize e Capitol Resources Lda.
Importa recordar que, na segunda edição do ITSE (20/21), a análise do CIP conclui que a Highland African Mining Company Lda. é a menos transparente. A empresa tem sede na província da Zambézia, possui um contrato assinado em 2002 com o Governo de Moçambique para a exploração de tântalo.
Além desta, o CIP distinguiu outras quatro empresas que tiveram melhor pontuação na partilha de informação de interesse público. Para a classificação “Menção Honrosa”, a instituição distinguiu a empresa Haiyu Mozambique Mining Company. Premiou igualmente a Kenmare Resources plc; Vale Moçambique e Sasol, de primeira a terceira categoria, respectivamente. (Carta)