Eleições 2024: HCN confirma 30 feridos por conta de baleamento policial

28 de Novembro, 2024

Escrito por Carta de Moçambique

O Hospital Central de Nampula confirmou hoje o registo de 30 feridos, entre graves e ligeiros, por conta do baleamento policial, na sequência das manifestações convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, em protesto contra os resultados eleitorais.

Uma parte das vítimas encontra-se em estado crítico, estando a receber tratamento médico, enquanto alguns já receberam alta, segundo anunciou Hermenegildo Mulenga, médico cirurgião-geral no HCN.

Estes são os mais recentes desenvolvimentos relacionados com as manifestações na cidade de Nampula, onde ontem foram alvejados mortalmente três jovens pela Polícia da República de Moçambique (PRM).

Contrariamente ao dia de ontem, esta quinta-feira, o ambiente vivido um pouco por todas as artérias da cidade foi de total calma. Entretanto, foi possível ver alguns grupos de jovens em número reduzido com cartazes e dísticos em repúdio aos resultados eleitorais.

Os homens da lei e ordem continuam a desdobrar-se, com vista a dispersar os manifestantes. Aliás, o acesso ao mercado grossista de Waresta foi reaberto hoje horas depois do lançamento de gás lacrimogéneo pela Unidade de Intervenção Rápida.

No posto administrativo de Namicopo, o epicentro dos manifestantes, os jovens bloquearam, por volta das 11h40min, a principal estrada que liga a zona aos restantes pontos da cidade. A situação só voltou à normalidade após a intervenção da UIR.

Mas quando eram 13h00, os seguidores de VM voltaram a colocar barricadas na linha férrea, na cidade de Nampula, sem registo de vítimas. A actuação dos manifestantes tem sido esporádica e em grupos dispersos.

Ainda na senda das manifestações, indivíduos ainda a monte, que se supõe se tratar de apoiantes do PODEMOS e de VM, incendiaram a sede do comité de zona da FRELIMO localizada no bairro de Natiquiri. Entretanto, ao nível da PRM em Nampula, “Carta” foi informada que já não haverá briefings em torno das manifestações e que os dados só poderão ser partilhados ao nível central. (Carta)