Os profissionais de saúde do Centro de Saúde Distrital de Marracuene, na província de Maputo, abandonaram as actividades na última sexta-feira (13) e prometeram não retornar em pleno nesta segunda-feira, enquanto não for pago o subsídio de turno, em dívida desde 2022. Além dos professores, médicos e outras classes profissionais, este é mais um grupo em rota de colisão com o Governo por conta de dívidas referentes a um trabalho prestado há mais de dois anos, sem a devida remuneração.
O grupo afirma estar cansado, pois o Governo não paga este subsídio desde 2022 e já se sente saturado com tantas promessas não cumpridas, não obstante estar a trabalhar em condições desumanas, em que falta quase tudo.
“Queremos que nos paguem o que é nosso por direito. Temos famílias para sustentar e estamos sempre a viver de promessas. No fim de 2022, o Governo prometeu pagar até Janeiro de 2023, mas até agora, com 2024 prestes a terminar, ainda não vimos o nosso dinheiro nas contas. Estamos cansados e agastados”, afirmam.
“Já submetemos vários documentos ao Ministério da Saúde e a outras entidades do Governo, mas nada foi resolvido. Para piorar, nós que trabalhamos neste centro de saúde somos obrigados a trabalhar em condições precárias, sem casa de banho, água e outras condições mínimas de trabalho, mas todos os dias estamos aqui para honrar o nosso compromisso e ainda aguentamos trabalhar em turnos, sendo que não recebemos por isso”, acrescentam.
Entretanto, um documento da Direcção Distrital de Saúde, a que “Carta” teve acesso, datado de Dezembro de 2023, revela que o subsídio de turno foi desembolsado pelo Departamento de Finanças a nível provincial, para o pagamento dos profissionais de saúde desta unidade sanitária de Marracuene. Mas o grupo ainda não viu este valor nas suas contas, o que sugere que alguém se esteja a beneficiar desse montante em nome desses profissionais. (M.A.)