A Polícia da República de Moçambique (PRM) apresentou, na segunda-feira (19), um indivíduo que se encontrava na posse de 12 pontas de marfim, com um peso total de 28 quilogramas, prontas para serem vendidas num dos bairros da cidade de Pemba.
De acordo com a corporação, os outros envolvidos no negócio estão foragidos, incluindo o proprietário da residência onde tinham sido guardadas as 12 pontas, que se pôs em fuga quando se apercebeu da presença dos agentes da autoridade.
A apreensão das pontas de marfim ocorreu uma semana depois de residentes das aldeias do posto administrativo de Mahate e Quissanga-sede queixarem da destruição das suas culturas da presente campanha agrícola por manadas de elefantes, que também atacaram mortalmente um homem de 41 anos.
A porta-voz da PRM em Cabo Delgado, Eugénia Nhamussua, afirmou que a polícia recebeu uma denúncia anónima sobre a ocorrência de um negócio de venda de pontas de marfim numa residência, num dos bairros da cidade de Pemba e reagiu com prontidão.
Nhamussua explicou que, após a denúncia, foi desencadeada uma operação que resultou na detenção de um cidadão, antes da concretização do negócio.
Perante jornalistas, o indiciado negou ser proprietário das pontas de marfim, mas admitiu que estava a intermediar o negócio, além de ter transportado o produto, alegadamente da província de Nampula até à cidade de Pemba.
Alguns comentaristas referem que, apesar da presença de um considerável contingente militar, bem como da circulação de terroristas em Cabo Delgado, o facto não impede a investida de caçadores furtivos, que continuam a abater elefantes para extrair as pontas de marfim.
Maior parte dos elefantes que circulam em Cabo Delgado são provenientes do Parque Nacional das Quirimbas, classificado como Reserva da Biosfera, pela UNESCO.