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20 de May, 2025

Tensão pós-eleitoral: Vitano Singano restituído à liberdade após seis meses de reclusão

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O Presidente do Partido Revolução Democrática (RD), Vitano Singano, foi restituído, hoje (20), à liberdade, após mais de seis meses de detenção na Cadeia Civil da Cidade de Maputo. Foi detido em 8 de Novembro de 2024, em Maputo, em cumprimento de um mandado de captura emitido pelo Tribunal Judicial da Cidade de Maputo.

Singano foi liberto sob termo de identidade e residência e terá de apresentar-se, a cada cinco dias, ao Gabinete de Combate à Criminalidade Organizada e Transnacional, que lidera as detenções e interrogatórios de políticos, no âmbito das manifestações pós-eleitorais.

O Presidente da Revolução Democrática foi acusado, pelo Ministério Público, de conspirar contra a segurança do Estado, incluindo a alegada coordenação de um plano para atacar a Ponta Vermelha (residência oficial do Presidente da República e sua família), no contexto das manifestações pós-eleitorais.

À sua saída do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, Vitano Singano declarou-se inocente e agradeceu aos moçambicanos pelo apoio prestado durante esta fase. “Continuo a sentir como uma prisão injusta. (…) Depois do julgamento será provada a verdade”, disse o político, em entrevista à TV Sucesso.

O ex-guerrilheiro da Renamo garante ainda que continuará “o Vitano de sempre”, pelo que “jamais serei um líder corrompido”. “Serei sempre incorruptível, a voz dos que não têm voz, advogado da minha nação, terei amor pela pátria e pelo povo que sempre defendo, estarei sempre fazendo o possível para ser o parceiro da governação do dia”, enumerou as suas virtudes.

O político confessou ainda sentir-se alegre por deixar a Cadeia Civil de Maputo e elogiou a direcção daquele estabelecimento penitenciário e os seus serviços de saúde por lhe terem proporcionado um “bom atendimento”, “boa hospitalidade” e uma “boa convivência”.

Refira-se que Singano é um desmobilizado de guerra que por longos anos serviu ao falecido líder da Renamo, Afonso Dhlakama, mas que depois da morte do político rebelou-se com a gestão de Ossufo Momade e, junto com outros elementos da “Perdiz”, fundou a Revolução Democrática (RD), que concorreu nas últimas eleições legislativas e provinciais de 2024, tendo conseguido assentos na província do Niassa. (Carta)

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