Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

25 de April, 2025

PRM confirma que criança mordida por cão em Tchumene perdeu a vida no hospital

Escrito por

A Polícia da República de Moçambique (PRM) confirmou que a criança de três anos de idade mordida por um cão da raça pitbull, na última quarta-feira, no bairro de Tchumene 2, quarteirão 25A, no município da Matola, província de Maputo, perdeu a vida no hospital. A porta-voz da PRM, Delfina Massingue, informou que a 10ª Esquadra teve conhecimento da ocorrência através do chefe do quarteirão, tendo-se deslocado de imediato ao local.

Ao chegar, a polícia encontrou a criança ainda com vida e providenciou transporte para o Hospital Provincial da Matola, onde foi declarado o óbito poucos minutos depois.

“A própria unidade canina da polícia, especializada neste tipo de casos, também foi destacada para o local, juntamente com a Polícia de Protecção e conseguiram dominar o animal”, informou a porta-voz.
“Carta” visitou o local do incidente, incluindo a casa onde o animal foi abatido para ouvir o proprietário do cão, Nivaldo Macia, e as circunstâncias em que escapou da sua residência.

No entanto, este recusou-se a prestar declarações, afirmando: “Não estou autorizado a falar, a não ser com a polícia”.

Segundo vizinhos, Macia teria saído de casa na tarde de quarta-feira e, ao abrir o portão, o animal [que não estava amarrado] fugiu e começou a perseguir outro cão. Em seguida, assustou-se com o movimento das pessoas na rua, o que o levou a atacar a criança que brincava com outras duas.

Laura Matsinhe, testemunha do ataque, conta o drama vivido durante cerca de duas horas.

“Estava a preparar refeições no meu local de trabalho, junto à estrada, quando ouvimos pessoas a correr atrás do cão. Assustado, o animal atacou um menino que brincava em frente de uma casa. Foi um momento de tortura para aquela criança. O pai da mesma, com muita coragem, tentou salvá-la, mas não conseguiu. Desmaiou ao ver-se impotente”, narrou.

Acrescentou que, após o episódio, todas as crianças foram impedidas de passar pelo local, mesmo as que se dirigiam à escola.

“Tivemos de vedar a passagem durante quase três horas, pois o perigo ainda era iminente. Quando o dono chegou e pediu que o cão não fosse abatido, a população recusou e obrigou-o a assistir ao abate do animal”, relatou.

Outra testemunha, Marta Sitoe, conta a sua versão. “Graças a Deus estávamos todos dentro de casa: eu, o meu marido e o nosso bebé, quando o cão entrou no quintal. Começámos a ouvir barulho e os agentes da polícia pediram que trancássemos as portas. Espreitamos pela janela e vimos o quintal cheio de agentes a tentar abater o animal, que estava furioso”, descreveu.

Os agentes pediram para entrar e dispararam mais de quatro tiros contra o cão. Julgaram-no morto e saíram. Contudo, minutos depois, o cão voltou a mexer-se e começou a correr pelo quintal. A população pediu auxílio e os agentes regressaram e finalmente conseguiram controlar o animal com ajuda do proprietário.

A população, revoltada, invadiu a casa e matou o cão com pedras e paus. Com receio de que voltasse a dar sinal de vida, queimaram-no e enterraram-no durante a noite, longe da residência.
“Foi Deus que nos salvou. Tenho um bebé e nem quero imaginar o que teria acontecido se o cão o encontrasse no quintal, como costuma acontecer todos os dias. Vivemos um verdadeiro terror. Ainda há vestígios de sangue nas paredes do quintal”, lamentou Marta Sitoe.

Importa destacar que os restos mortais da criança foram a enterrar nesta quinta-feira, tendo em conta a gravidade dos ferimentos.

Sir Motors

Ler 201 vezes

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *