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10 de Abril, 2025

Segunda plataforma flutuante Coral Norte FLNG está cada vez mais a ganhar forma

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O Projecto que prevê construir a segunda plataforma flutuante Coral Norte FLNG está cada vez mais a ganhar forma, com a aprovação esta terça-feira (08), pelo Governo do Decreto que aprova o seu Plano de Desenvolvimento e produção de 3.55 Milhões de Toneladas Métricas por Ano (MTPA) de Gás Natural Liquefeito (GNL), durante 30 anos, no Depósito Coral Eoceno 441, localizado na Área offshore da Bacia do Rovuma.

O porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa, explicou que o Plano constitui a segunda fase do desenvolvimento do campo Coral Norte FLNG e consiste em uma infra-estrutura flutuante de liquefação do gás natural, com uma capacidade de 3.55 MTPA e seis poços de produção, avaliados em cerca de 7.2 mil milhões de USD, cujo início de produção está previsto para o segundo trimestre de 2028.

Para o Instituto Nacional de Petróleos (INP), este avanço reflecte a continuidade dos esforços do país em maximizar a produção de gás natural e fortalecer a sua posição como líder regional na produção de GNL, atender à crescente demanda mundial por GNL, bem como aproveitar a janela de oportunidade, tendo em conta que o gás natural foi eleito a energia de transição.

A instituição explica que a plataforma flutuante Coral Norte FLNG será uma réplica do modelo Coral Sul FLNG, comprovadamente eficaz para produção em águas profundas, que já exportou 100 carregamentos de FLNG para o mercado mundial. A escolha deste projecto baseou-se em análises técnicas e económicas que asseguram uma operação optimizada, com o referido investimento.

“A MRV, operador do projecto, justificou esta opção por ser o meio mais eficaz para desenvolver e explorar o depósito nas perspectivas técnica e económica, obtendo-se como vantagens, a maximização dos ganhos para todas as partes envolvidas, a optimização dos custos e a aceleração na entrada ao mercado para assegurar a potencial demanda de GNL”, refere uma nota publica no site do INP.

De acordo com o Instituto, o Plano de Desenvolvimento aprovado, prevê que ao longo dos anos de operação, o Governo arrecade 23 mil milhões de USD em receitas, impostos e outras contribuições. Este projecto prevê ainda a disponibilização de gás natural ao mercado doméstico e condensado produzido para o desenvolvimento de projectos de industrialização do país e, a ser monetizado pela Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), bem como a contratação de trabalhadores locais e a implementação de um Plano de Sucessão para aumentar a qualificação da mão-de-obra moçambicana no sector.

Segundo o Presidente do Conselho de Administração (PCA) do INP, Nazário Bangalane, a aprovação do Projecto Coral Norte FLNG, representa um marco na estratégia energética do país e um avanço significativo na exploração sustentável de recursos naturais, garantindo que Moçambique reforce sua presença nos mercados energéticos a nível nacional, regional e global. Bangalane referiu ainda que “o Coral Norte FLNG não é apenas uma fonte de receita, mas um motor para o desenvolvimento económico e social, promovendo a criação de emprego e capacitação de profissionais moçambicanos”.

Foi em Junho de 2024 que o mundo ficou a saber que, Moçambique teria nos próximos anos a segunda plataforma flutuante para a extração do gás liquefeito na bacia do Rovuma, fruto de um acordo entre a Empresa Sul coreana Samsung Heavy Industry e o Governo moçambicano.

O anúncio foi feito pelo responsável da empresa Samsung Heavy Industry da Coreia do Sul, Youngkyu Ahn, falando a jornalistas no fim do encontro que manteve com o antigo Presidente da República, Filipe Nyusi, que se encontra de visita naquele país asiático. A plataforma será construída em coordenação com a Technique da França e outra empresa japonesa, e terá a mesma capacidade da já instalada. Com a aprovação do Plano de Desenvolvido, espera-se o arranque das obras.

São concessionários da Área 4 Offshore da Bacia do Rovuma a Mozambique Rovuma Venture (MRV), um consórcio que inclui a Eni, a ExxonMobil e a China National Petroleum Corporation (CNPC), que detém 70% de participação, a ENH, a Galp e a KOGAS, cada uma com 10% de interesse participativo.

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