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9 de Abril, 2025

Protestos pós-eleitorais retraíram a economia em -4,87% – diz Primeira-Ministra

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As manifestações populares, registadas em todo o território nacional desde Outubro de 2024, e que culminaram na morte de mais de 350 pessoas, na sua maioria civis assassinados pela Polícia, continuam a ser tema do debate político, não pela dor e luto que deixaram em mais de uma centena de famílias moçambicanas, mas pelos prejuízos económicos.

Hoje, o Governo está na Assembleia da República para, pela primeira vez desde a entrada do novo Chefe de Estado e do novo Parlamento, prestar informações aos deputados sobre diversas questões que apoquentam a sociedade moçambicana, algumas delas relacionadas com os protestos pós-eleitorais.

Segundo a Primeira-Ministra, Maria Benvinda Delfina Levi, as “manifestações violentas pós-eleitorais” causaram uma contracção à economia moçambicana na ordem de -4,78%, no quarto e último trimestre de 2024, “contrariando a tendência de crescimento que vinha registando no primeiro, segundo e terceiro trimestre, que se situou na ordem de 3.2%, 4.5% e 3.68%, respectivamente”.

Aos deputados, Benvinda Levi disse, esta manhã, que os manifestantes destruíram mais de 955 unidades económicas e sociais, “o que levou ao desemprego cerca de 50 mil pessoas, um número que poderá vir a aumentar”, nas estimativas do Governo.

“Em termos de custo para a nossa economia, esta situação gerou um prejuízo calculado em cerca de 32.2 mil milhões de meticais”, garantiu, defendendo que a situação impactou, de forma negativa, na manutenção da paz, estabilidade política, económica e social e no processo de desenvolvimento do nosso país.

“A persistência das manifestações violentas nos primeiros meses do corrente ano, que se caracterizaram por vandalizações, destruições de propriedades públicas e privadas, limitação da livre circulação de pessoas e bens, afectou negativamente o tecido social, económico e empresarial, o que está a ter repercussões no custo de vida dos moçambicanos”, reiterou a governante, num discurso em que não fez menção às vidas ceifadas durante as manifestações.

Refira-se que, para minimizar os impactos económicos e sociais causados pelos protestos pós-eleitorais, o Executivo disponibilizou uma linha de crédito de 10 mil milhões de Meticais (lançada pela Associação Moçambicana de Bancos) para financiar as empresas afectadas pelas manifestações violentas pós-eleitorais.

Está também a operacionalizar o Fundo de Recuperação Empresarial, no valor de mais de 300 milhões de meticais, financiado pelo Banco Mundial, a fim de garantir a recuperação do tecido empresarial e, deste modo, evitar a perda de mais postos de emprego.

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