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8 de Abril, 2025

Festa da Independência: Chama da Unidade Nacional já “passeia” pelo país

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O Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, lançou esta segunda-feira (07), na sede do distrito de Nangade, em Cabo Delgado, a Chama da Unidade Nacional, que marca a celebração dos 50 anos da independência no próximo dia 25 de junho.

O acto simbólico do acender da tocha da Unidade marca o início do seu percurso, de 79 dias, do Rovuma ao Maputo e do Zumbo ao Índico que deverá culminar no dia 25 de Junho, no Estádio da Machava, no município da Matola, local onde será recebida solenemente pelo Presidente da República.

Segundo Daniel Chapo, o lançamento da tocha da chama da unidade nacional visa transmitir duas mensagens principais aos moçambicanos. A primeira é convidar todos os moçambicanos, independentemente do seu partido, ideologia, religião, origem étnica, género ou raça para acarinhar e participar massivamente no processo de diálogo político nacional e inclusivo, em curso.

“Por isso, convidámos para este acto todos os partidos políticos, organizações da sociedade civil, académicos, líderes comunitários e religiosos, sector público, sector privado, todos os estratos sociais, do Rovuma ao Maputo, para que possamos participar, directa ou indirectamente, no acender da chama e podermos dar o início ao diálogo nacional inclusivo”, disse.

A segunda mensagem que pretende transmitir com o acto é da implantação dos alicerces da independência económica para que seja uma realidade e que seja o trabalho de cada moçambicano conferir maior significado na independência política, alcançada a 25 de Junho de 1975. “Com a marcha da chama da unidade, queremos apelar a todos os moçambicanos para nos unirmos na grande missão que assumimos neste quinquénio”, afirmou.

Como forma de capitalizar o acender da Chama da Unidade Nacional, Chapo enalteceu os signatários do Compromisso Político para um Diálogo Nacional Inclusivo, por participar no acto, em Nangade.

Além de demonstrar que estão comprometidos com a causa nacional, a presença dos signatários do Compromisso, segundo Chapo, também faz perceber a todos os moçambicanos que a Chama é do povo moçambicano e o acto é do Estado moçambicano.

“A presença destes compatriotas adensa a nossa unidade nacional, engrandece ainda mais esta cerimónia e mostra que os interesses nacionais estão acima de interesses partidários. Mostram, mais uma vez, que os interesses do povo moçambicano, como esta Chama, estão acima dos interesses partidários”, vincou.

No entanto, a cerimónia foi ignorada pelos líderes dos principais partidos da oposição moçambicana, com os quais o Presidente da República diz estar a dialogar para a pacificação do país. Na ocasião, Chapo disse que a ausência de alguns foi justificada.

Não participaram na cerimónia os presidentes dos partidos Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS) Albino Forquilha; da Renamo, Ossufo Momade e do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) Lutero Simango. Aliás, Albino Forquilha foi representado pelo ex-deputado da Renamo Alberto Ferreira, alegadamente porque o Presidente do PODEMOS estava numa missão do Estado. Chapo disse que Forquilha, Momade e Simango justificaram antecipadamente a sua ausência.

Refira-se que a primeira Chama da Unidade Nacional foi acesa a 09 de Junho de 1975, pelo veterano da luta de libertação nacional Raimundo Pachinuapa e visava mobilizar a união de todos os moçambicanos em torno de um honroso processo de edificação de um novo Estado.

Acesa a 21 de Maio de 2005, pelo antigo Presidente da República, Armando Guebuza, a segunda Chama estava enquadrada nas comemorações do 30º aniversário da independência e a mensagem era de que todos os moçambicanos deveriam unir-se em torno da luta contra a pobreza absoluta.

A 07 de Abril de 2010, foi acesa a terceira Chama da Unidade Nacional, por Guebuza, no contexto das celebrações dos 35 anos da independência, que na ocasião sublinhou que todos os moçambicanos deveriam unir-se em torno do desenvolvimento sustentável.

Em 2015, o antigo Chefe do Estado, Filipe Nyusi, efectuou o lançamento da Chama da Unidade Nacional em Nametil, distrito de Mueda, que passou a mensagem da capacidade de todos os moçambicanos para a união, convivência e tolerância.

Para os cidadãos de Cabo Delgado, a Chama da Unidade Nacional tem muita importância, mas terá mais sentido se a província estiver completamente livre dos ataques terroristas que fustigam aquela região desde o ano de 2017.

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