A Renamo desafiou o Governo a criar – com carácter de urgência – uma Comissão de Inquérito para averiguar a situação dos ataques que têm estado a ocorrer nas províncias de Sofala e Manica, região centro do país.
A exigência veio na pessoa do Presidente do Partido, Ossufo Momade, esta segunda-feira, durante aquilo que chamou de “comunicação à nação por ocasião do fim de ano”. A “comunicação à nação” passou em revista os principais aspectos que marcaram o ano de 2019.
Segundo Ossufo Momade, a Comissão de Inquérito deve congregar várias sensibilidades que, no terreno, terão a missão de averiguar a origem dos ataques e identificar os seus autores.
“Aqui fica a nossa posição, desafiamos o Governo a criar, urgentemente, uma Comissão de Inquérito composta por várias sensibilidades para, no terreno, averiguar a origem destes ataques e identificar os seus agentes”, exigiu Ossufo Momade.
A “necessidade urgente”, tal como disse Momade, funda-se na necessidade de se apurar a realidade dos factos, uma vez que, de forma desesperada, a Polícia da República de Moçambique, o Ministro do Interior e da Defesa têm, constantemente, imputado a autoria moral e material dos ataques ao partido Renamo.
Sobre os ataques em concreto, Momade reiterou o distanciamento da formação que dirige na orquestração e execução dos referidos, isto porque “as forças residuais se encontram, devidamente, aquarteladas e aguardando, sob ordens do Estado-Maior, pelo desfecho do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR)”.
O presidente da Renamo acusou o governo da Frelimo de ter acarinhado e apadrinhado o surgimento do grupo que tem estado a atacar as províncias de Sofala e Manica, primeiro, por ter dado cobertura jornalística através da televisão pública de um evento na Serra da Gorongosa, de seguida, num contacto telefónico no dia 14 de Outubro apelando ao não voto à Renamo e, por fim, as sucessivas coberturas às conferências de imprensa em que o grupo ameaçava tirar a vida ao presidente da Renamo.
Ossufo Momade disse haver uma tentativa clara de fazer da Renamo o bode expiatório para esconder sucessivos fracassos e a comprovada incapacidade, inoperância e a estratégia falhada das Forças de Defesa e Segurança em acabar com os ataques que têm estado a ter lugar na região centro país. (Carta)