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31 de Dezembro, 2020

Actividades anuais do HCM registaram um decréscimo elevado devido à Covid-19

O Hospital Central de Maputo (HCM) diz que as actividades realizadas no ano prestes a findar registaram um decréscimo elevado devido à pandemia do novo coronavírus, mas também pelas medidas que foram sendo adoptadas ao longo dos tempos por conta do “novo normal”.

 

De acordo com o Director da maior unidade sanitária do país, Mouzinho Saíde, para o corrente ano houve um decréscimo no número geral de consultas externas e a nível do serviço de urgência.
Comparando os anos de 2018, 2019 e o ano prestes a findar, o primeiro registou cerca de 200.000 consultas a nível dos serviços de urgência. Em 2019, foram 218.000 as consultas e, em 2020, foram apenas 160.000.

 

Saíde afirmou ainda que houve também um movimento de solidariedade de várias pessoas, empresas, entidades privadas, muito antes da eclosão da pandemia no país, que prestaram vários tipos de apoio, desde moral a material, o que motivou muito os trabalhadores da saúde para a realização das suas actividades.

 

O director referiu que, a nível das consultas externas também houve uma redução de cerca de 50 por cento, particularmente nos meses de Março e Abril, mas que gradualmente foi aumentado o número. Em 2019, foram registadas cerca de 150.000 consultas e, em 2020, registou-se cerca de 90.000 consultas.
A nível de partos, o número foi o mesmo dos anos anteriores, ou seja, houve registo de cerca de 30 partos diários.

 

“Em termos de realizações, este ano foram reabilitados vários serviços importantes, como a enfermaria da cirurgia dois, enfermaria de cardio-epidemiologia, entre outros. Realizamos também formações intensivas de pessoal, onde participaram mais de 2000 profissionais do HCM, para melhor responder à Covid-19. Adequação dos serviços nas unidades sanitárias, razão pela qual foi criado um Centro de Isolamento onde são recebidos os pacientes suspeitos de Covid-19 e são realizados os testes para os doentes que apresentarem sintomas. Foram criados também os serviços de triagem separados para indivíduos com tosse, febre ou suspeitos de Covid-19’’, referiu.

 

Em termos de equipamentos de protecção, 2020 foi um ano de muitos desafios. Foi aumentado o consumo de equipamentos individuais de modo a garantir que os funcionários tivessem mais confiança no tratamento dos pacientes da Covid-19.

 

Entretanto, foram desenvolvidos estatutos do HCM de modo que o hospital possa responder de forma mais célere às necessidades quer dos utentes, quer dos próprios trabalhadores.

 

“Este ano iniciamos também a ressonância magnética que já não tinha há bastante tempo e consolidamos o serviço de radioterapia com mais de 200 pacientes a usufruírem dos serviços actualmente”, acrescentou.

 

A fonte disse ainda que não foram realizadas as habituais missões dos países estrangeiros que apoiavam os sectores de neo-cirurgia, cirurgias da coluna, cirurgias oncológicas e outras, mas foi desenvolvida a telemedicina que permitiu através do intercâmbio, o apoio a vários tipos de intervenções. Ao nível das enfermarias, foram criados os serviços de corologia para as doenças do intestino grosso, que são doenças com uma prevalência muito elevada em Moçambique, com um novo especialista nesta área.

 

“Foram formados cerca de 25 especialistas em várias especialidades no HCM e que serão distribuídos em várias unidades sanitárias do país, comparados com 29 especialistas em 2019”.

 

Para este ano, houve 126 reclamações e 780 elogios, o que perfaz 906 petições. Diante disto, nota-se que ainda há muitas queixas por resolver. Foram instaurados também cerca de 60 processos disciplinares.

 

Por outro lado, o Hospital Central realizou mais de 20 testes diários da Covid-19 dentro daquela unidade sanitária. Dos mais de 4000 trabalhadores existentes, foram já testados 2.700 funcionários e 287 testaram positivo desde Março de 2020, tendo já sido recuperados 270. (Marta Afonso)

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