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14 de Agosto, 2021

Bally 59.59% – Lungu 38.26%

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O candidato do United Party for National Development (UPND), Hakainde Hichilema, popularmente conhecido por Bally, lidera a contagem de votos nas eleições presidenciais desta quinta-feira, 12, na Zâmbia, com 59.59% dos votos validamente expressos, contra 38.26% de Edgar Lungu, do Patriotic Front (PF), que concorre a mais um mandato de cinco anos, conforme os cálculos feitos pelo nosso jornal.

 

No decurso do primeiro acto público de anúncio dos resultados parciais consolidados, que decorreu esta madrugada – iniciou quando era 01:12 minutos e terminou às 02:13 minutos – no Centro Nacional de Resultados, em Lusaka, a Comissão Eleitoral da Zâmbia (ECZ) fez saber, sob a liderança do seu respectivo presidente, o juiz conselheiro Esau Elliot Chulu, que das 15 constituências cujos resultados já tinham sido globalmente processados Hichilema obteve 171.604 votos validamente expressos, ao passo que Lungu não foi para além de 110.178 votos.

 

No total, Zâmbia possui 156 constituências, pelo que as que cujos resultados foram já tornados públicos (15), integradas em todas as províncias do país, conforme a ordem de conclusão, correspondem a 10% do total, uma amostra significativa do total, sobretudo se se considerar a aleatoriedade do exercício (a consolidação é centralmente feita conforme a informação é definitivamente processada em cada constituência e enviada ao Centro Nacional de Resultados).

 

Depois que extraídas as “manifestações de vontade” que a ECZ cataloga de “rejected votes”, entre nulos e em branco, 287.996 é o total de votos validamente expressos nas 15 constituências localizadas nas 10 províncias daquele país da África Austral que, a 7 de Setembro de 1974, acolheu a assinatura dos Acordos de Lusaka entre o então movimento moçambicano Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) e o então Governo de Portugal, cujo epicentro foi o princípio da transferência de poderes.

 

O anúncio desta madrugada confirma a elevada participação dos eleitores nas eleições gerais e/ou combinadas (presidenciais, legislativas e locais) desta semana. Nas contas da Carta, a média do nível de adesão nas 15 constituências é de 79.92%, muito acima dos 56% das últimas eleições, realizadas em 2016.

 

Os resultados isolados de algumas constituências podem ser interpretados como significando “humilhação popular” ao actual incumbente, o Presidente Lungu. Tal é o caso, por exemplo, da constituência de Chilundu, na província de Lusaka, na qual Hichilema obteve 20.543 votos, contra modestos 2.992 de Lungu. O mesmo sucedeu na constituência de Lufungu, na Northern Province: Hichilema somou 17.411 votos, tendo Lungu logrado apenas 1.490.    

 

No fecho do acto público desta madrugada, o Presidente da ECZ anunciou que a segunda cerimónia de apresentação parcial de resultados da eleição presidencial estava marcada para às 11 horas de hoje, mesma hora de Moçambique.

 

A ECZ reiterou, na ocasião, que tornará público os resultados globais até 72 horas depois das eleições (não estando claro se até às 18 horas de domingo, hora em que as urnas eram supostas encerrar no dia das eleições, ou até às 5-6 horas de segunda-feira, se se considerar que algumas assembleias de voto só fecharam no dia seguinte), conforme legalmente estabelecido. (Carta) 

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