Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

11 de June, 2025

África do Sul começa o enterro em massa de corpos não reclamados de mineiros ilegais, incluindo de Moçambique

Escrito por

O governo da província do Noroeste, na vizinha África do Sul, começou ontem (10) os enterros em massa dos corpos não reclamados de mineiros ilegais, incluindo moçambicanos, recuperados da antiga mina de Stilfontein, a mais profunda da África do Sul, em Janeiro. Na altura, 78 mineiros ilegais, mais conhecidos por “zama zama” ou aqueles que tentam, em língua zulu, morreram no subsolo devido à mineração ilegal.

O director da mídia no departamento provincial de saúde, Tebogo Lekgethwane, disse que, até agora, 25 dos 78 corpos recuperados durante a operação de resgate foram identificados e entregues às famílias. As famílias são de Moçambique, Lesotho e Zimbabwe. Ele frisou que actualmente há 53 corpos na morgue de Klerksdorp que não foram reivindicados. “Nós enterramo-los como pessoas não reivindicadas”.

No entanto, 30 dos 53 corpos que até ontem não tinham sido reclamados começaram a ser enterrados, disse o director da mídia no departamento provincial de saúde, Tebogo Lekgethwane.

Lekgethwane avançou que os restantes 23 corpos serão enterrados até ao fim de Junho ou início de Julho. A previsão é de que todos os corpos sejam enterrados até ao fim de Julho. “Os corpos estão na morgue há muito tempo e a lei permite-nos mantê-los por 30 dias”, disse o porta-voz do departamento provincial de saúde, Lucas Mothibedi.

“Os corpos que estamos a enterrar são aqueles cujas famílias certamente não virão tão cedo, e precisamos abrir espaço para outros corpos. Temos chamado as famílias para se apresentarem, mas até agora nada. Já se passaram quatro ou cinco meses e não temos esperança de que venham, mas extraímos DNA para que, mais tarde, se alguém vier, possamos verificar se são compatíveis.”

Ele salientou que o seu departamento estava a trabalhar com os municípios locais e que os corpos seriam enterrados nos municípios de Rustenburg ou Madibeng. Os seus túmulos serão marcados para que, se alguém se apresentar e tiver alguma ligação positiva, saibamos onde encontrar os seus corpos. Mothibedi disse que eles estavam a trabalhar com os municípios locais e que os corpos seriam enterrados nos municípios de Rustenburg ou Madibeng.

O porta-voz da polícia da província do Noroeste, Brigadeiro Sabata Mokgwabone, disse que as famílias ainda tinham permissão para se apresentar para colectar amostras de DNA, mas não para a identificação dos corpos. “Faremos uma comparação das amostras de DNA, mas, devido ao estado de decomposição dos corpos, será difícil permitir que alguém os identifique”, disse.

“Os seus túmulos serão marcados para que, se alguém se apresentar e houver uma ligação positiva, saibamos onde encontrar os seus corpos. O processo não será interrompido. Portanto, qualquer pessoa ainda poderá se apresentar.” 

Desde o início da Operação policial “Vala Umgodi”, 1.826 mineiros ilegais foram presos na antiga mina de ouro de Buffelsfontein, em Stilfontein. Destes, 1.128 são de Moçambique, 473 do Zimbabwe, 197 do Lesotho, 26 da África do Sul, um da República Democrática do Congo e um do Malawi.

Os cidadãos moçambicanos estão entre as três primeiras nacionalidades que mais praticam mineração ilegal na África do Sul. Mais de 900 agentes da polícia foram mobilizados como parte da Operação “Vala Umgodi” no Noroeste, a um custo de 33 milhões de rands.

A África do Sul, rica em ouro, tem cerca de 6.000 minas abandonadas ou fechadas. O Presidente sul-africano classificou os ‘zama zamas’, como são chamados os mineiros ilegais, muitas vezes estrangeiros, incluindo moçambicanos, como “uma ameaça” à economia e à segurança, pois, roubam à África do Sul mais de mil milhões de dólares por ano em depósitos de ouro.

Sir Motors

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *