Os trabalhadores dos municípios de Inhambane e Quelimane encontram-se agastados com os respectivos edis. Em causa está a falta de salários que, para uns, não são pagos há três meses e, para outros, há quase cinco meses consecutivos.
No município de Inhambane, os trabalhadores ameaçam sair às ruas para se manifestar como forma de pressão para o pagamento de três meses de salários em atraso e de retroactivos referentes aos últimos 18 meses.
O grupo relata as dificuldades que enfrenta diariamente para garantir o sustento das suas famílias e acusa os vereadores do município de os tratarem com arrogância e humilhação, demonstrando desinteresse em resolver o problema.
Face à ameaça dos trabalhadores, o departamento de Vereação e Finanças do Município de Inhambane prometeu resolver a questão dos salários em atraso até sexta-feira. No entanto, os funcionários desconfiam que se trate de mais uma promessa falsa, uma vez que várias já foram feitas no passado, sem resultados.
Por outro lado, os funcionários do município de Quelimane, entre os quais, agentes da Polícia Municipal, trabalhadores afectos aos cemitérios e agentes de serviço lançaram igualmente um grito de socorro na manhã desta segunda-feira (26), exigindo o pagamento de cinco meses de salários em atraso.
Dos 575 trabalhadores, parte destes amotinou-se em frente às instalações da instituição logo nas primeiras horas do dia, exigindo o pagamento dos salários, a regularização da assistência médica e medicamentosa, entre outros direitos laborais.
Segundo Celestino Francisco, um dos funcionários do Conselho Municipal de Quelimane, os trabalhadores estão há cinco meses sem salário e sem nenhuma comunicação dos seus dirigentes sobre as razões da crise salarial. “Já fizemos também várias tentativas de negociação, mas sem sucesso, na busca por soluções para os nossos problemas”.
No município de Quelimane, os trabalhadores são sujeitos a descontos nos salários, mas até agora não tem acesso à assistência médica e medicamentosa. Para os lesados, isto representa uma gestão danosa, tendo em conta que “o município tem um presidente com formação e competência”.
Para sobreviver, alguns funcionários dizem depender de empréstimos, e quando recebem este é imediatamente utilizado para saldar dívidas, havendo casos em que os salários são pagos apenas de três em três meses.
Após uma reunião com a directora das Finanças do município, esta explicou que o problema de salários se deve ao atraso na integração no sistema e-SISTAFE. Contudo, prometeu que a situação será resolvida até amanhã.