Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

2 de May, 2025

Taxas de HIV entre gestantes no sul do país continua alta – Estudo

Escrito por

Um estudo publicado no dia 24 de Abril último, pelo Centro de Investigação em Saúde da Manhiça (CISM), aponta que, apesar de estarem a ser registadas quedas promissoras, continuam altas as taxas de HIV entre gestantes no sul de Moçambique.

De acordo com o estudo, baseado na análise secundária de dados registados nas consultas pré-natais e do Registo Nacional do Programa de HIV do Ministério da Saúde, referente ao período de 2010 a 2021, há uma tendência de infecção pelo HIV entre mulheres grávidas no sul de Moçambique, concretamente no Distrito da Manhiça, ao longo de 11 anos.

Intitulado “Mais de uma década de preval_ência e incidência de infecção pelo HIV entre gestantes moçambicanas: uma análise secundária de dados colectados prospectivamente”, o estudo mostra que, embora a preval_ência geral do HIV entre gestantes tenha diminuído de 28,2% em 2010 para 21,7% em 2021, as taxas continuam entre as mais altas do mundo.

O relatório identificou um pico temporário em 2016, quando a preval_ência atingiu 35,3%, antes de voltar a baixar nos anos seguintes. Entretanto, a maior redução foi verificada entre mulheres jovens de 15 a 20 anos, com uma queda de 62%, ou seja, de 14,3% em 2010 para apenas 5,3% em 2021. Entre as mulheres de 20 a 25 anos, registou-se uma redução de cerca de 43%, enquanto no grupo de 25 a 30 anos a queda foi mais modesta, de 13%.
Porém, apesar dessas melhorias, a ocorrência de novas infecções pelo HIV permaneceu elevada ao longo do período em análise. Em 2010, a taxa era de 12,75 por 100 pessoas/ano, subindo para 18,65 por 100 pessoas/ano em 2018, antes de baixar para 11,48 por 100 pessoas/ano em 2021.

“Isso sugere que, embora menos mulheres estejam vivendo com HIV, novas infecções continuam a ocorrer num ritmo preocupante”, disse uma das autoras do estudo, Anete Mendes.

Mendes apela aos formuladores de políticas de saúde para que intensifiquem os esforços em educação, testagem e retenção nos cuidados relacionados ao HIV, tanto em Moçambique como em outros contextos de alto risco.
Esta informação realça que a epidemia do HIV permanece um grave problema de saúde pública no sul de África e que Moçambique continua a enfrentar uma das epidemias de HIV/SIDA mais graves do mundo.

Segundo Anete Mendes, “o impacto do HIV vai além da saúde: afecta a educação, a economia e o futuro de milhares de crianças, especialmente raparigas, que enfrentam maiores riscos de abandono escolar, casamento forçado e trabalho infantil. (Carta)

Sir Motors

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *