O Governo moçambicano pretende adquirir 390 autocarros para reforçar o transporte público urbano e rural no país, sendo cerca de metade movidos a gás natural, segundo informação do concurso público lançado na semana finda, pelo Fundo de Desenvolvimento dos Transportes e Comunicações (FTC).
Aberto até 25 de Março, o concurso estabelece o fornecimento de autocarros para o transporte urbano e de veículos mistos típicos para o transporte rural, por lotes. O primeiro lote envolve a aquisição de 100 autocarros de grande porte, movidos a Gás Natural Veicular (GNV), para a Área Metropolitana de Maputo, e o segundo lote prevê a compra de 50 autocarros de médio porte, igualmente a GNV para a metrópole da capital moçambicana.
O terceiro lote prevê 100 autocarros de médio porte movidos a gasóleo destinados às províncias, o quarto lote mais 100 veículos típicos para transporte público nas zonas rurais e o quinto lote 40 autocarros para transporte de funcionários das instituições públicas do país.
O concurso público do FTC, a que a Lusa teve acesso explica que na “promoção do equilíbrio entre crescimento demográfico e investimento no desenvolvimento humano”, o Governo moçambicano considera transporte público urbano e rural de passageiros como um factor crucial para desenvolvimento socioeconómico, pela “contribuição para a produtividade e melhoria de qualidade de vida”.
Refira-se que o Governo moçambicano assumiu no ano passado que pretende iniciar na área metropolitana de Maputo, até 2030, a descarbonização dos transportes, apostando em veículos a gás e eléctricos, segundo a Estratégia de Transição Energética (ETS).
A nova estratégia, que prevê investimentos de cerca de 80 mil milhões de USD até 2050, prevê, num dos seus planos, para o transporte urbano, “a transição para modos de transporte público” em áreas metropolitanas, incluindo transporte de massa, como metro de superfície, sistemas ferroviários suspensos e autocarros rápidos (BRT), começando pela área metropolitana de Maputo.
“A curto e médio prazo, o gás natural comprimido será utilizado como combustível de transição, à medida que os sistemas e os volumes mudam gradualmente para modos renováveis alimentados pela rede. No transporte rodoviário, a transição do gasóleo/gasolina no transporte privado de passageiros e mercadorias implica uma transição para biocombustíveis (como combustíveis de transição) e veículos elétricos”, lê-se na ETS, citada pela Lusa.