Tudo indica que está à vista o aproximar de posições entre o Governo e a auto-proclamada Junta Militar, liderada por Mariano Nhongo. O líder da Junta Militar da Renamo manifestou, semana finda, a disponibilidade para iniciar o diálogo com o Governo de Filipe Nyusi. Mariano Nhongo mostrou abertura para o diálogo, um dia depois do Presidente da República ter anunciado uma ofensiva contra aquele movimento dissidente do maior partido da oposição, alegadamente por terem sido esgotadas todas as tentativas de negociação. À Junta Militar da Renamo é imputada a autoria moral e material dos ataques armados nas províncias de Manica e Sofala, região centro do país.
Falando à jornalistas a partir de “parte incerta”, Mariano Nhongo não só deu a garantia de que estava disponível para dialogar com Filipe Nyusi como também exigiu garantias de que os seus homens não seriam sequestrados.
Aliás, durante a interação com os jornalistas, Nhongo deixou a certeza de que hoje (segunda-feira) nomearia uma equipa para dialogar com o executivo de Filipe Nyusi. Na sequência, o líder da auto-proclamará Junta Militar da Renamo vincou a necessidade da Assembleia da República aprovar uma resolução para garantir que os seus homens não fossem sequestrados. Citado este domingo pelo Jornal O País, Mirko Manzoni confirmou o início das conversações a com o Governo. Manzoni confirmou o que manteve contacto com Mariano Nhongo.
Segundo aquela publicação, o presidente do grupo de contacto confirmou a disponibilidade do líder da Junta Militar e ainda a vontade,
deste, em negociar para pôr fim ao clima de instabilidade. Entretanto, o diálogo entre Filipe Nyusi e Mariano Nhongo tem lugar depois de, recentemente, esse último ter assegurado que não avançaria com qualquer demarche negocial,alegadamente porque exigia a publicação, por parte do chefe do Estado, de um documento onde vêm publicado os seus principais anseios.
No passado mês de Novembro, foi tomada pública a aludida carta de Mariano Nhongo. Na essência, a Junta militar exige a saída de Ossufo Momade da presidência do partido Renamo e a necessidade de ser tido como um interlocutor válido no processo que tem vista o Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos antigos guerrilheiros. Inserido nos esforços para dialogar com Mariano Nhongo, o Presidente da República chegou mesmo a decretar trégua unilateral e uma semana, período que acabou esgotando sem que se conhecesse qualquer resultado concreto.
Mariano Nhongo encontrou no ataque aos seus homens o fundamento para dialogar com o Governo moçambicano. (Carta)