Continua “lucrativo” o negócio de aluguer de Bilhetes de Identidade (BI) na província do Niassa, no norte do país. Depois de, em Janeiro de 2020, terem sido detidos 12 malawianos por aluguer daquele documento de identificação, no distrito de Mandimba, no último sábado, mais três malawianos foram detidos pela Polícia pela prática do mesmo crime, porém, desta vez na cidade de Cuamba.
Tal como os 12 indivíduos detidos em Janeiro do ano passado, os recém-detidos também pretendiam chegar à vizinha África do Sul e tinham no BI moçambicano o “livre-trânsito” até à fronteira terrestre entre os dois países da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral).
Segundo a Direcção Nacional de Identificação Civil (DNIC), que revelou este caso, os documentos foram alugados a um preço de 17 mil Kwachas cada, o equivalente a 1.472,6 Meticais. Alberto Sumbana, porta-voz da instituição, garante que as autoridades estão no encalço dos proprietários.
“A detenção destes indivíduos foi graças aos agentes da PRM [Polícia da República de Moçambique] que, desconfiando do movimento que os mesmos faziam junto do autocarro em que se faziam transportar, acharam por bem fazer a revista, onde constataram que havia três indivíduos com BI moçambicano alugado”, explica Sumbana.
Segundo a fonte, o negócio do aluguer de BI, no Niassa, tornou-se habitual, sobretudo entre os residentes de Cuamba e Mandimba. Aliás, a fonte sublinha que este não é o primeiro caso a ser registado este ano. Na semana finda, por exemplo, cinco pessoas, também de nacionalidade malawiana, foram detidas com BI’s moçambicanos alugados, para além de que outros 10 malawianos foram interpelados na cidade de Chókwè, província de Gaza, com o documento moçambicano. (Marta Afonso)