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13 de Junho, 2022

Estudo propõe transformação do canavial de Luabo em sistema de irrigação para produção alimentar na Zambézia

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Um estudo conduzido pela Zamirri, uma empresa de consultoria em sistemas de irrigação, propõe a transformação do canavial de Luabo, localizado no sul da província da Zambézia, em sistema de irrigação para produção alimentar naquela província do centro do país. Em causa está o abandono total daquela área de pouco mais de 11.751 hectares, numa província com potencial agrícola invejável.

 

O estudo foi realizado no ano passado, a pedido da Associação dos Naturais e Amigos para o Desenvolvimento de Luabo (ANADEL), uma organização da sociedade civil recentemente criada, que pretende dinamizar o desenvolvimento daquele distrito, criado em 2013.

 

Na sua fundamentação, o estudo defende que a província da Zambézia apresenta potenciais invejáveis em termos de terra, água e produtores de arroz, porém, continua dependente da importação deste grão, tal como o resto do país.

 

O estudo ilustra que Zambézia dispõe de uma área de cultivo de arroz de 114.500 hectares que, num ano próspero, chega a produzir 1.8 toneladas de arroz por hectare. “Num ano médio produz 1 tonelada por hectare e, em ano de seca, produz-se 600 Kg por hectare”, detalha o documento consultado pela “Carta”, sublinhando, no entanto, que mesmo “no coração do Delta as pessoas consomem arroz importado.

 

O canavial de Luabo pertencia à Companhia de Sena, sediada no distrito de Marromeu, província de Sofala. No entanto, a área encontra-se abandonada, depois de ter sido reactivada em 2007. Neste momento, parte do canavial está coberta de floresta, outra por machambas e há parte da área que já conta com residências.

 

Tendo infra-estruturas hídricas e terras favoráveis para produção de comida, com destaque para arroz, o estudo defende que a área do canavial e as infra-estruturas, ora abandonadas, podem ser transformadas em sistema de irrigação, drenagem e controlo de cheias.

 

Com a proposta, esperam-se os seguintes resultados: “enquadrar 85 agricultores, cada um com área de 10 a 20 hectares; 1000 produtores com áreas entre 3 e 6 hectares; e 3000 produtores cada um com 2 hectares. A produção média será de 4 t/ha de arroz orgânico em 100% do perímetro durante a primeira época do ano; a produção média será de 4 t/ha de arroz em 30% do perímetro, enquanto o resto será utilizado para feijões e outras culturas de rendimento durante a segunda época do ano”, explica o projecto.

 

O projecto pretende eliminar perto de 60% das importações do arroz na província da Zambézia e, para o seu sucesso, será utilizada a mão-de-obra intensiva para criar imediatamente emprego para jovens, de modo a combater a pobreza.

 

Refira-se que o estudo ainda não foi submetido ao Governo provincial da Zambézia para a devida apreciação. (Carta)

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