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28 de Fevereiro, 2025

Frelimo “ausente” do diálogo político interpartidário

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Desde que Daniel Francisco Chapo assumiu o poder, o partido Frelimo, no poder desde 1975, tem “gazetado” as rondas de diálogo político interpartidário convocadas pelo Chefe de Estado com os partidos com assento parlamentar e nas Assembleias Provinciais e Municipais.

Iniciado em Dezembro de 2024, pelo então Presidente da República, Filipe Nyusi, envolvendo apenas os partidos com assento no Parlamento (Frelimo, PODEMOS, Renamo e MDM) e alargado inicialmente à Nova Democracia, o diálogo interpartidário já observou seis rondas, sendo duas dirigidas por ex-Chefe de Estado e quatro pelo novo Presidente da República.

Nas duas rondas dirigidas por Filipe Nyusi, os quatro partidos com representação na Assembleia da República marcaram presença, com a Frelimo a ser representada pelo então Secretário-Geral, coincidentemente o novo Chefe de Estado, Daniel Chapo. A oposição esteve representada pelos seus líderes, nomeadamente, Albino Forquilha (PODEMOS), Ossufo Momade (Renamo), Lutero Simango (MDM) e Salomão Muchanga (Nova Democracia).

No entanto, desde que Daniel Francisco Chapo passou a dirigir as reuniões, na qualidade de Chefe de Estado, o partido no poder nunca marcou presença nos encontros, nem pelo seu Secretário-Geral e muito menos por um membro da Comissão Política.

À “Carta”, a porta-voz do partido, Ludmila Maguni, afirma que o partido está num processo de reestruturação da sua representação no diálogo, devendo passar a tomar parte do encontro. Afirma que Edson Macuácua tem sido o representante do partido no momento, embora o mesmo não seja visto entre os integrantes da mesa do diálogo.

Nas curtas conferências de imprensa concedidas no final de cada ronda aos “amigos da comunicação social”, o Presidente da República nunca explicou as razões da ausência do partido no poder, curiosamente, por si dirigido desde 14 de Fevereiro. Aliás, desde que passou a dirigir os encontros do diálogo político interpartidário, Daniel Chapo nunca abriu espaço para os seus “amigos da comunicação social” colocarem questões.

Ontem, o Presidente da República voltou a dirigir mais uma ronda de diálogo político, que contou com a participação de novos membros, nomeadamente, os partidos Revolução Democrática (RD), Humanitário de Moçambique (PAHUMO), de Renovação Social (PARESO) e de Reconciliação Nacional (PARENA), convidados à mesma mesa por ter membros nas recém-eleitas e empossadas Assembleias Provinciais.

“Hoje, chegamos ao consenso em 100% em relação àquilo que é o conteúdo do documento [Termos de Referência para o Diálogo Político]. Chegando ao consenso em 100%, nós passamos para a fase seguinte, que foi da marcação de data e nisto chegámos a conclusão que era melhor marcar o dia 05 de março para a assinatura”, anunciou Chapo, no final do encontro.

O novo Acordo político, segundo o Chefe de Estado, será celebrado no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, na capital do país, na presença de representantes da sociedade civil, religiosos, empresários, corpo diplomático acreditado em Moçambique, deputados, entre outras individualidades. (A. Maolela)

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