O embaixador da União Europeia (UE) em Maputo garantiu hoje que a organização está a estudar o tipo de apoio que poderá prestar a Moçambique no setor da segurança na luta contra os grupos armados no norte do país.
“Estamos a ver, conjuntamente, em que, em concreto, podemos ajudar também no âmbito da segurança”, afirmou António Sánchez-Benedito Gaspar.
O diplomata respondia a perguntas dos jornalistas sobre a resposta da UE ao pedido do Governo de Moçambique de ajuda na luta contra os grupos armados que há três anos protagonizam ataques na província de Cabo Delgado e acrescentou que a cooperação na vertente da segurança constitui uma das três dimensões da parceria com Moçambique.
Uma das vertentes é a assistência humanitária aos milhares de deslocados pelo conflito armado e que já está em curso, tendo em conta que se trata de uma necessidade de curto prazo.
A terceira dimensão está relacionada com o apoio a programas de desenvolvimento, visando reduzir a pobreza e promover o emprego, sobretudo para a camada mais jovem.
António Sánchez-Benedito Gaspar avançou que a abordagem ao desenvolvimento conheceu um novo impulso com o recente lançamento da Agência de Desenvolvimento Integrado do Norte (ADIN), uma entidade estatal moçambicana criada para dinamizar o desenvolvimento social e económico das três províncias do norte de Moçambique, nomeadamente Cabo Delgado, Niassa e Nampula.
“Partilhamos a enorme preocupação pela situação em Cabo Delgado, que tem sido expressa a diversos níveis pelo Conselho Europeu e pelo Parlamento Europeu, através de diferentes resoluções”, destacou António Sánchez-Benedito Gaspar.
Na sequência do pedido do executivo moçambicano, a UE está a explorar todas as possibilidades de apoio no combate à violência armada em Cabo Delgado, acrescentou o embaixador da UE em Maputo.
A província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, é palco há três anos de ataques armados desencadeados por forças classificadas como terroristas.
Há diferentes estimativas para o número de mortos, que vão de mil a 2.000 vítimas.
O primeiro-ministro moçambicano disse na quarta-feira no parlamento que “as ações terroristas” já provocaram 435 mil deslocados internos e que só nas últimas duas semanas mais de 10 mil pessoas fugiram para a capital da província, Pemba. (Lusa)