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quinta-feira, 09 novembro 2023 08:17

Perto de um milhão de pessoas regressaram às suas zonas de origem em Cabo Delgado

As autoridades em Cabo Delgado estimam que perto de um milhão de pessoas regressaram às suas zonas de origem, mercê do restabelecimento de segurança nos distritos afectados pelo terrorismo.

 

O governador de Cabo Delgado, Valige Tauabo, reiterou esta terça-feira que o regresso das famílias não é obrigatório, mas alguns investigadores alertam para a necessidade de reforço de segurança e de condições para a sobrevivência da população que vai regressando. 

 

O Observatório do Meio Rural (ORM), num estudo apresentado esta quarta-feira (08) em Pemba, pelo pesquisador João Feijó, observa que em muitas zonas onde a população tende a regressar, não há serviços básicos e são reportadas ainda situações de fome, para além de fraca presença do Estado.

 

No mesmo encontro, Fidel Terenciano, investigador do IDES, defendeu que o fim do conflito em Cabo Delgado passa pela valorização das soluções locais que muitas vezes não são levadas em consideração, alertando que a população local não é ignorante.

 

Disse ainda que sempre haverá ataques esporádicos protagonizados pelos terroristas ou mesmo por indivíduos que se fazem passar por elementos das Forças de Defesa e Segurança para protagonizar assaltos.

 

Para Fidel Terenciano, é crucial a ligação entre as Forças de Defesa e Segurança e a Comunidade, à semelhança do que acontece com as ruandesas, lembrando que muitas denúncias feitas pelas populações no passado têm sido ignoradas.

 

Por seu turno, o professor Paulo Israel, também presente no encontro, observou que a resposta do governo face às incursões terroristas não deve ser apenas de intervenção militar, havendo países, como Somália, onde a estratégia fracassou e os ataques prevaleceram. (Carta)

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