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quarta-feira, 20 março 2019 15:50

Renamo diz que estatísticas sobre estragos do ciclone IDAI não são verdadeiras

A Renamo diz que não correspondem à verdade os números até aqui tornados públicos sobre os estragos provocados pelo ciclone tropical IDAI na sua passagem, no dia 14, pela região centro do país. A Renamo diz que muita informação está a ser ocultada. Apesar de discordar dos números anunciados pelo Governo, Juliano Picardo, assessor político do presidente da Renamo, Ossufo Momade, afirmou durante uma conferência de imprensa realizada esta quarta-feira (20), em Maputo, que é prematuro avançar números “porque estaríamos a ser hipócritas”.

 

Picardo, que esteve na Beira, sublinhou que “a realidade no terreno é outra. Há corpos espalhados pelas águas. Pessoas por cima das árvores”. Acrescentou que na Beira e em Mossurize, na província de Manica, há crianças e mulheres famintas e sem ajuda. Considerando “deplorável” o cenário que lá se vive, Juliano Picardo acrescentou que “tudo o que até aqui tem sido anunciado sobre vítimas humanas, infraestruturas, bens e pessoas desaparecidas não passa de uma falácia com intenção de nos despistar da realidade”.

 

Para ele, “as pessoas afectadas em Sofala, Manica, Tete, Zambézia e em alguns distritos da província de Inhambane, estão numa situação deplorável, sem salvamento, pois estão ainda refugiadas em cima de suas casas e ou em infraestruturas do Estado, sem água potável e comida”. Juliano Picardo queixou-se que existe muito oportunismo por parte de comerciantes em zonas afectadas, que chegam a vender uma vela que custava 10,00 Mts por 25,00 Mts ou mais. Denunciou que o preço do “chapa” na Beira subiu de 15,00 Mts para 30,00 Mts. Ele exige maior fiscalização nas lojas e noutros centros comerciais. Referiu-se à morte de todos os recém-nascidos que estavam no berçário do Hospital Central da Beira. Destino idêntico tiveram as parturientes. O assessor do líder da Renamo apelou para que os apoios sejam canalizados tambéma aos residentes da cidade da Beira, e não apenas aos centros de acomodação, pois a zona urbana da cidade abriga muitas pessoas cujas residências ficaram sem tecto e vivem agora momentos dramáticos.

 

Reduzir dirigentes “visitantes”

 

A Renamo entende que deve-se reduzir o número de dirigentes que “visitam” as zonas afectadas, alegadamente por ocuparem espaço nos helicópteros e autocarros, o qual poderia ser aproveitado por aqueles que têm a missão de resgatar os afectados em Búzi, Mossurize e Sussudenga. Defendeu um maior envolvimento das Forças de Defesa e Segurança na limpeza da cidade, colocando os veículos militares de transporte ao serviço dos cidadãos. A “perdiz” apela igualmente ao Governo para que faça chegar os apoios recebidos de dentro e fora do país aos seus verdadeiros destinatários. (Omardine Omar)  

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