Dias depois de encerrada por extracção ilegal (com Certificado Mineiro caducado) de pedras de construção civil, no Posto Administrativo de Mafuiane, distrito de Namaacha, província de Maputo, o gestor da empresa Construções Lalgy foi ao Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME) reconhecer a ilegalidade da acção, bem como manifestar interesse de liquidar as dívidas avaliadas em 2.9 milhões de Meticais, decorrentes do não pagamento dos impostos de produção (1.6 milhão de Meticais) e de superfície (1.3 milhão de Meticais), desde 2015.
A informação foi avançada à “Carta”, pelo Inspector-geral daquele Ministério, Obete Matine. “Marcou uma audiência. Falou connosco e reconheceu o facto”, afirmou Matine em entrevista telefónica.
Para além de reconhecer a extracção ilegal através da sua operadora “Grupo Turquarry Lda., o nosso interlocutor disse que o gestor da Construções Lalgy pediu alguma consideração no pagamento da dívida, tendo em conta a crise pandémica que está a travessar.
“Entretanto, nós dissemos que esse assunto compete à Autoridade Tributária. Ainda assim, a Lei de Minas não prevê qualquer consideração, pelo que esperamos pelos comprovativos de pagamento dos impostos”, afirmou o Inspector-geral do MIREME.
Conforme noticiamos há um mês, referenciando um relatório da Inspecção-geral dos Recursos Minerais e Energia (IGREME), a Construções Lalgy Lda. foi advertida, há mais de dois anos (de tal modo que, em Abril passado, a indústria foi suspensa parcialmente), para regularizar o Certificado Mineiro caducado em 2017, bem como pagar os impostos, mas os gestores da empresa nunca se dignaram a fazer e, pelo contrário, continuaram a operar à margem da lei.
Face à desobediência, a 13 de Maio passado, a IGREME foi encerrar por completo a operadora, bem como entregar ao gestor de nacionalidade estrangeira um auto de apreensão dos equipamentos e meios usados para mineração ilegal.
Construções Lalgy esclarece-se
Após noticiarmos o encerramento da mina, a 25 de Maio último, fonte ligada à empresa disse à “Carta” que a extracção ilegal de perdas para a construção civil é, em verdade, uma responsabilidade imputada aos investidores turcos (Grupo Turquarry Lda.), aos quais a Construções Lalgy arrendou a pedreira, em 2016.
“Fizemos um acordo e alugamos a pedreira para eles explorarem com a licença deles e começaram em 2016. Só que infelizmente, de lá até cá, não pagaram (…) as taxas (…), mas porque aquilo está em nome da Construções Lalgy nós vamos honrar e pagar as tais taxas”, disse à fonte. (Evaristo Chilingue)