A mineradora brasileira Vale poderá encontrar um comprador para sua operação de carvão de Moatize, em Moçambique, até o final deste ano, num movimento contínuo para atingir um portfólio mais enxuto, disse o CEO da Vale, Eduardo Bartolomeo. “Já fizemos duas visitas ao local e há mais pessoas vindo para nos visitar”, disse Bartolomeo numa entrevista, há dias, realizada virtualmente durante o Financial Times Mining Summit.
A Vale desinvestiu seus activos de ferroliga de manganês no Estado de Minas Gerais, Brasil, há duas semanas, após o desinvestimento de seu projecto de níquel e cobalto em Nova Caledônia. “Moatize é o próximo”, disse ele. Posteriormente, a empresa também planeia alienar suas participações nas siderúrgicas California Steel Industries (CSI) e na Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), no Nordeste do Brasil, segundo informações apresentadas por Bartolomeo no evento.
A Vale desinvestiu uma cadeia de carvão, fertilizantes, potássio, aço e outros activos não essenciais desde 2015 e está trabalhando em uma potencial “reformulação” de seu negócio de metais básicos, que inclui cobre, níquel e cobalto, de acordo com o executivo. “Precisamos cultivar cobre no Brasil”, disse. A maior mineradora de minério de ferro espera vender sua operação de Moatize para uma “operadora responsável”, disse Bartolomeo. Os altos preços actuais do carvão térmico e metalúrgico devem ajudar na venda, disse ele.
A Vale finalizou no início deste ano uma reforma em Moatize, que actualmente está produzindo a uma taxa de 15 milhões de toneladas/ano e deve receber equipamentos para actualizar para 18 milhões de toneladas/ano até o final do ano. A mina produz carvão metalúrgico e térmico. Moatize, que a Vale inaugurou em 2011, tem capacidade total de 22 milhões de toneladas/ano de carvão. (Carta)