O Governo de Moçambique acolheu a 18 e 19 de Novembro, no distrito de Vilanculos, a conferência de Alto Nível Crescendo Azul sob o lema Investir na Saúde do Oceano é Investir no Futuro do Planeta.
Liderada pelo Presidente de Moçambique Filipe Nyusi, o evento contou com a presença do Presidente queniano Uhuru Kenyata, como convidado de honra, Ministros e dirigentes políticos do continente africano com o intuito de conceber estratégias a fim de aproveitar o potencial da Economia Azul para o desenvolvimento sustentável dos seus cidadãos.
Para a cerimónia de abertura, o Presidente Adesina concedeu uma declaração virtual de boas intenções ao Governo de Moçambique, onde enfatizou o potencial africano para as iniciativas da Economia Azul, dizendo “O continente tem zonas marítimas que se estendem por 13 milhões de quilómetros quadrados, abrangendo mares territoriais e plataformas continentais que também se estendem até 6,5 milhões de quilómetros. E 38 países africanos são costeiros”.
Além disso, o Presidente Adesina alertou aos líderes africanos para a necessidade urgente de revitalização económica dos meios de subsistência das comunidades piscatórias. “Isto pode ser conseguido pelos governos e pelo sector privado, dando prioridade a políticas de capacitação, e proporcionando acesso a frotas de pesca modernas, instalações de armazenamento e processamento a frio, e investindo em infra-estruturas e serviços de aconselhamento climático para apoiar práticas de pesca inteligentes em matéria de clima” afirmou o Presidente.
Ao dirigir-se à sessão de abertura em nome do Presidente Adesina, a Sra. Leïla Farah Mokadem, Directora Geral para a Região da África Austral, enfatizou os laços de cooperação entre o Banco e o Governo e Moçambique afirmando “Estamos muito honrados em participar pela segunda vez na Conferência da Economia Azul de Moçambique e continuaremos a ajudar Moçambique a libertar o potencial da Economia Azul na era pós-pandémica, apoiando abordagens de governação regional à resiliência costeira e à gestão das pescas transfronteiriças no Canal de Moçambique e na região do Oceano Índico, através do Secretariado da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral.
Estamos também a co-financiar um dos maiores investimentos do sector privado, no valor de mais de 5 mil milhões de dólares, no desenvolvimento de infra-estruturas regionais, através da construção do corredor ferroviário e do porto de águas profundas NACALA para o comércio marítimo e acesso ao mercado.
Recentemente, o Banco Africano de Desenvolvimento criou uma parceria com o Centro Global de Adaptação e lançou o Programa de Aceleração da Adaptação de África para mobilizar mais 25 mil milhões de dólares e impulsionar acções de adaptação climática no continente, especialmente em países como Moçambique, um dos 10 países do mundo mais afectados pelas alterações climáticas, a fim de construir sistemas resilientes e auto-suficientes de adaptação e gestão de riscos, por forma a evitar futuros desastres climáticos. (Carta)