O início de 2022 demonstrou uma nova deterioração da economia moçambicana. Os últimos dados do Inquérito Purchasing Managers Index (PMI) indicam diminuições acentuadas na produção e em novas encomendas, devido ao impacto da Covid-19. O novo declínio levou a que as empresas reduzissem a aquisição de meios de produção, o que contribuiu para a primeira diminuição dos custos e encargos desde Novembro de 2020.
Elaborado mensalmente pelo Standard Bank Moçambique, o PMI determina que valores acima de 50,0 apontam para uma melhoria nas condições das empresas no mês anterior, ao passo que valores abaixo de 50,0 mostram uma deterioração.
“Pela primeira vez em cinco meses, o indicador PMI ficou abaixo do valor neutro de 50,0 em Janeiro. Cifrando-se nos 46,7, uma queda em comparação com o valor de 50,6 de Dezembro, o índice indicou uma quebra acentuada das condições de operação gerais, sendo a maior registada desde Setembro de 2020”, lê-se num comunicado daquele banco.
No entanto, o relatório da instituição observou que as perspectivas para a actividade futura permanecem positivas, sendo que dois terços das empresas continuam a indicar previsões optimistas em termos de crescimento e que irão dar origem a um novo aumento dos níveis de pessoal.
“O declínio de vendas deu origem ao segundo mês consecutivo de redução da actividade de aquisição. Os níveis de stock também sofreram uma redução, sendo que a taxa de esgotamento foi a mais rápida dos últimos 17 meses. Numa nota mais positiva, a descida das aquisições permitiu aos fornecedores efectuar entregas mais rápidas durante o mês de Janeiro, embora existam relatos de escassez de matérias-primas”, descreve o relatório.
Durante o mês de Janeiro, a equipa de inquiridores do Standard Bank Moçambique concluiu que os fornecedores diminuíram igualmente os seus preços, o que deu origem a uma pequena quebra dos custos gerais dos meios de produção, a primeira registada desde Novembro de 2020. Por sua vez, as empresas baixaram os seus encargos com a produção pela primeira vez durante o mesmo período.
“Apesar de nova deterioração das condições das empresas, de uma forma global, as empresas moçambicanas permaneceram optimistas em relação à actividade dos próximos 12 meses, sendo que pouco menos de dois terços dos inquiridos prevêem uma situação de crescimento. As empresas mantêm a esperança no fim da pandemia e que os planos de expansão possam ser postos em prática”, lê-se no PMI.
Por fim, a fonte revela que, durante o período em análise, os números relativos ao emprego continuaram a aumentar, sendo que a taxa de criação de emprego acelerou para o nível mais alto dos últimos três meses, embora permanecendo apenas ligeira. O nível mais elevado de pessoal e o menor número de vendas fez com que as empresas conseguissem reduzir as suas encomendas em atraso de forma sólida. (Carta)