A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) propõe que o Fundo de Garantia Mutuária de 250 milhões de USD, a ser criado pelo Governo, no âmbito das 20 medidas para a aceleração económica, seja participado pelo sector privado. Concretamente, a CTA exige que a sua criação obedeça a um modelo de Sociedade Financeira de Gestão de Fundos, Sociedade Jurídica Independente, detido pelo Estado ou Ministério da Economia e Finanças através do Instituto de Gestão e Participação do Estado.
O sector privado não deseja que o Fundo seja público, pois, impedirá que o mesmo se beneficie de capitalização de opções de financiamento internacionais cujos beneficiários sejam o sector privado. A proposta foi apresentada esta quinta-feira (01), em Maputo, pelo Presidente do Pelouro da Indústria na CTA, Evaristo Madime, numa conferência de imprensa em que a Confederação apresentava os melhores mecanismos para a implementação efectiva das 20 medidas, de modo que o benefício às empresas, população e economia no geral, chegue o mais rápido possível.
“Propomos, ainda, que este fundo seja supervisionado pelo Banco de Moçambique, imprimindo maior rigor e transparência na sua gestão, o que poderá permitir a atracção de mais recursos de instituições financeiras internacionais com produtos financeiros de desenvolvimento (de maturidade de longo prazo), vocacionados a financiarem as pequenas e médias empresas em sectores como agricultura, indústria, turismo; e selecção criteriosa dos projectos a serem financiados pelo Fundo de Garantia Mutuária”, acrescentou Madime.
Para a melhor implementação das 20 medidas, a CTA propõe que a redução de 17% para 16% do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) seja também aplicada às demais taxas especiais de IVA aplicáveis a outros bens e serviços, como por exemplo, a electricidade e água.
“No âmbito da sua regulamentação, é importante garantir que a redução do IVA não penalize outros sectores como a indústria, através da eliminação de algumas isenções. Por fim, propomos a restituição da isenção do IVA para todos os produtos da cesta básica e, assim, cumprir com o objectivo desta medida que é melhorar o poder de compra das famílias”, sublinhou o Presidente do Pelouro da Indústria na CTA.
Sobre o regime geral de vistos de entrada no país, para promover maior fluxo de turistas e homens de negócio, o sector privado propõe, em primeiro lugar, a introdução do Visto Misto de Negócio e Turismo que inclua a situação de participação de sócios e accionistas em Assembleias Gerais e, também, a prestação de serviços para calibragem, manutenção e reparação de máquinas e formação de técnicos, pois todos estes, actualmente, têm sido exigidos o Visto de Trabalho que é mais demorado e desalinhado com a actividade pretendida.
A CTA advoga ainda que a eliminação do Alvará seja para todas as actividades que não carecem de vistoria prévia. E, no sector de transportes, propõe a eliminação da licença para o transporte internacional. Ainda no que toca aos transportes, a Confederação propõe também a reabilitação urgente e profunda de toda a extensão da Estrada Nacional Número 1, incluindo as vias de ligação dos países vizinhos aos principais portos nacionais, pois, na sua óptica, esta acção tem o condão de contribuir de maneira significativa para a redução do tempo e custos. O sector privado diz que pode ser parceiro na mobilização de investimentos. (Evaristo Chilingue)