Estimado Director do jornal A Carta de Moçambique, tivemos conhecimento, através do vosso órgão de comunicação social, de um Boletim de Saúde, emitido pela Direcção Provincial de Saúde de Sofala, entidade tutelada pelo Ministério da Saúde, no qual é indicado que uma determinada “amostra analisada não corresponde aos requisitos de potabilidade de acordo com o Regulamento de Água para Consumo Humano”, o mesmo que dizer que a água tratada e distribuída pela empresa Águas da Região do Centro, SA, uma sociedade tutelada pelo FIPAG, é imprópria para consumo humano.
Por não corresponder à verdade, gostariamos que, com o mesmo destaque dado à informação anterior, publicasse este nosso desmentido, baseado nos seguintes pressupostos:
1. A água recolhida para a referida análise, pela Direcção Provincial da Saúde de Sofala, não foi colectada por nenhum técnico abalizado daquela entidade da Saúde, antes pelo contrário, foi recolhida, aleatoriamente, e entregue por um trabalhador, não qualificado para este efeito, da empresa solicitante, uma instituição ligada a serviços de despachos aduaneiros, com sede na cidade da Beira;
2. Diariamente, técnicos da empresa Águas da Região do Centro, SA, colectam amostras de água em diferentes pontos da cidade da Beira, para aferição laboratorial para efeitos de controlo de qualidade, tendo no mesmo dia – em que foi entregue a referida amostra para efeitos da análise à Direcção Provincial de Saúde de Sofala -, sido igualmente analisada uma nossa amostra, recolhida pelos nossos técnicos, nas proximidades das instalações da referida empresa solicitante. Enquanto a amostra recolhida por esta empresa, nas suas instalações, teve como resultados o que foi publicado pelo vosso prestigiado órgão de informação, a amostra colhida pelos nossos técnicos apresentou um resultado completamente diferente, e boa qualidade. Significando que se trata de água apropriada para o consumo, nos termos do Diploma Ministerial 180/2004, de 15 de Setembro (Regulamento sobre a Qualidade de Água para o Consumo Humano);
3. Importa referir que desconhecemos as condições em que esta amostra foi recolhida, pela referida empresa de despachos aduaneiros, do mesmo modo que não conhecemos as condições dos reservatórios de água ali instalados. Estamos abertos, caso nos seja autorizado, a fazermos um visita às suas instalações, para aferirmos as condições de acondicionamento de água e, se necessário for, prestarmos eventuais conselhos sobre o seu acondionamento;
4. Sabemos, por experiência que, para efeito desta análise a que o vosso jornal reporta, é recomendável que a recolha seja feita por técnicos abalizados, sob risco de sua contaminação, gerando, por isso leituras, erradas, como parece ser o presente caso.
5. Nesta conformidade, convidamos aos representantes da referida empresa de despachos aduaneiros, ou a qualquer outro consumidor, a visitar a nossa Estação de Tratamento de Águas, onde “in loco” poderá conhecer os procedimentos usados, para que a água potável, tratada e distribuída pela empresa Águas da Região Centro, SA, seja considerada própria para consumo humano, e não o contrário.
Atentamente,
João Amiel
Presidente do Conselho de Administração