A obrigatoriedade de selagem de bebidas alcoólicas fora de Moçambique, para o caso de bebidas importadas, está a ter impacto negativo no desempenho da empresa Cervejas de Moçambique (CDM), bem como perdas fiscais para o Estado.
Esta medida, segundo o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da CDM, Tomáz Salomão, “provocou uma redução de 87% na disponibilidade de marcas importadas, além de perdas fiscais acumuladas, que se estimam em mais de 1.100 milhões de meticais (17,2 milhões de USD) para o Estado”.
A CDM defende que o processo de selagem de cerveja importada seja realizado em território nacional, para que possa beneficiar tanto a empresa e os seus accionistas, bem como as finanças públicas.
Salomão falava semana finda na Assembleia Geral Ordinária anual da CDM, que reuniu accionistas maioritários e minoritários, bem como membros do Conselho de Administração, numa sessão marcada pela apresentação e discussão sobre o desempenho da empresa no exercício de 2024.
Por sua vez, Galo Rivera, director-geral da CDM, citado num comunicado de imprensa da empresa recebido pela AIM, mencionou outro constrangimento enfrentado pela empresa em 2024. Trata-se das manifestações registadas no último trimestre de 2024.
“A instabilidade verificada neste período de pico das vendas causou uma contracção da receita em 2,5%. Não obstante esta contracção, o lucro operacional cresceu 13% (+326 milhões de meticais que em 2023) impulsionado pelo crescimento das exportações para a África do Sul e pela optimização das operações”, afirmou.
Rivera destacou, ainda, um crescimento de 1.100 milhões do lucro líquido do exercício, “positivamente impactado pela redução de custos financeiros”.
Como resultado deste desempenho, a Assembleia Geral aprovou a distribuição pelos accionistas de um dividendo bruto de 1.295,9 milhões de meticais, o que corresponde a 8,15 meticais por cada uma das acções da sociedade.
A CDM possui cerca 3.000 accionistas e continua a posicionar-se como um parceiro estratégico no desenvolvimento económico nacional, reafirmando o seu compromisso com as melhores práticas de gestão, transparência e respeito pela legalidade, colaborando estreitamente com as autoridades moçambicanas. (AIM)