Em todo o país, os bancos comerciais estiveram totalmente encerrados esta segunda-feira (23), dia em que o Conselho Constitucional anunciou os resultados definitivos das eleições gerais, legislativas e provinciais de 09 de Outubro passado e que dão vitória ao partido Frelimo e seu candidato, Daniel Chapo, com 65%, contra 24% de Venâncio Mondlane, 7% da Renamo e 4% de Lutero Simango. Apesar do encerramento, houve balcões incendiados pelos manifestantes.
Um dia antes, as instituições bancárias foram enviando comunicados aos seus clientes e ao público em geral do encerramento dos seus balcões de atendimento, mas sem apresentar as motivações. Contudo, ficou subentendido que a decisão foi por causa da insegurança que se geraria devido à tensão pós-eleitoral.
Sem acesso aos balcões, os bancos comerciais aconselharam os seus clientes a recorrer aos canais digitais para aceder ou movimentar as suas contas bancárias. Dos vários bancos, o destaque vai para o Millennium bim, Banco Comercial e de Investimento (BCI), Standard Bank, First National Bank Moçambique (FNB) e Nedbank Moçambique.
“Informamos aos nossos estimados clientes e ao público em geral que, no dia 23 de Dezembro, todos os balcões estarão encerrados. Pode aceder aos nossos canais digitais para realizar operações de forma fácil, rápida e segura”, avisou o Millennium bim.
Todavia, o encerramento dos balcões não evitou a vandalização. Por exemplo, o balcão do BCI, no bairro George Dimitrov (vulgo Benfica) na Cidade de Maputo, foi parcialmente incendiado por supostos manifestantes em repúdio aos resultados anunciados pelo Conselho Constitucional.
Como tem vindo a acontecer, desde 21 de Outubro passado em todo o país, os manifestantes alegam que o verdadeiro vencedor das eleições passadas é o candidato presidencial Venâncio Mondlane e o partido povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique – PODEMOS.
Nesta segunda-feira, os alvos não foram só balcões de bancos comerciais, houve também vandalização de bens públicos e privados. Foram incendiadas portagens, como a de Cumbeza, gerida pela Rede Viária de Moçambique e a de Maputo, sob gestão da Trans African Concession (TRAC). Houve ainda barricadas nas estradas, queima de pneus e baleamento de manifestantes. (Carta)