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O Corredor de Nacala testemunhou, no início da semana, o lançamento da primeira pedra das obras de reabilitação e asfaltagem do troço Malema – Cuamba, na Estrada Nacional Nº13 (EN13), que atravessa as províncias de Nampula e Niassa, no norte do país.
Segundo o Ministro dos Transportes e Logística, João Matlombe, a iniciativa visa assegurar o acesso a mercados agrícolas, pesqueiros, turísticos e comerciais, reduzir os custos de transporte, dinamizar a actividade económica e elevar a qualidade de vida das populações.
Matlombe disse ter plena consciência de que os desafios nas infra-estruturas de transporte ainda são muitos, mas apontou que estes percalços reforçam a determinação em construir e consolidar um sistema rodoviário moderno, seguro e resiliente, capaz de transformar o potencial do país em resultados reais e duradouros.
“Neste contexto, destacamos o Corredor de Nacala, onde hoje lançamos a pedra fundamental de um troço essencial, Malema – Cuamba, que irá garantir uma ligação rodoviária plena entre as cidades de Nampula e Lichinga, completando o revestimento do lado moçambicano de um corredor que se estende desde o Porto de Nacala até Lusaka, na Zâmbia, passando pelo Malawi. Trata-se de um eixo estratégico para o transporte seguro, eficiente e confortável de pessoas e mercadorias, ao serviço da integração regional na SADC”, disse o governante.
Segundo Matlombe, o troço, com 114 km de extensão, será reabilitado e asfaltado num prazo de 24 meses, com um investimento estimado em 24,4 milhões de Euros, co-financiado pelo Governo de Moçambique, pela União Europeia e pelo Banco Africano de Desenvolvimento. A infra-estrutura liga rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, transformando Moçambique num “hub” logístico regional.
No caso específico do Corredor de Nacala, o Ministro disse que o Governo está a fortalecer a ligação entre o interior do continente e o mar, promovendo trocas comerciais mais rápidas e mais competitivas entre Moçambique, Malawi e Zâmbia.
“A asfaltagem do troço Malema – Cuamba vai impactar profundamente as províncias do Niassa e Nampula. Vai garantir o escoamento da produção agrícola, facilitar a importação de bens e permitir a circulação de pessoas com maior comodidade e segurança. Este projecto é prioritário na estratégia da SADC e integra a Iniciativa de Desenvolvimento Espacial, promovendo o acesso directo ao mar para países sem litoral e aumentando o uso do Porto de Nacala”, destacou a fonte.
Para o Ministro, a ligação entre estas províncias representa uma nova dinâmica económica, sendo Niassa, com forte produção agrícola, especialmente de cereais e leguminosas, e Nampula, com acesso logístico privilegiado. Matlombe disse que, durante os próximos dois anos, a obra irá gerar entre 800 e 1500 postos de trabalho directos e indirectos, além de estimular o comércio, os serviços locais e outras oportunidades de desenvolvimento comunitário.
Com a conclusão da estrada, a viagem entre Nampula e Lichinga será reduzida de 10 para 8 horas, um ganho significativo em eficiência logística, que se traduz em menores custos para os transportadores, maior previsibilidade para os operadores económicos e preços mais acessíveis para os consumidores. Entretanto, durante a época chuvosa, camiões e autocarros ficavam atolados por mais de 10 horas ou dias. “A infra-estrutura será construída com padrões de resiliência e durabilidade, capaz de resistir a fenómenos extremos, como ciclones e inundações”, sublinhou o Ministro.
Por sua vez, o Secretário de Estado na Província, Silva Livone, garantiu que vai fazer o acompanhamento directo das obras de modo que a sua execução decorra com perfeição. “Daremos a nossa contribuição para que a obra seja executada com êxito”, garantiu Livone. Já a Governadora do Niassa, Elina Massengele reiterou que sendo a província, “a capital agrícola de Moçambique, o acto representa um passo decisivo para escoar a sua produção”.
