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7 de May, 2025

Errar é humano

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O erro é um acto involuntário, consequente de um juízo em desacordo com a realidade. Todos os humanos erraram. Não há mal em errar. Só não erra quem não faz nada.

Todos nós já ouvimos estas frases vezes sem conta, mas isso significará que podemos continuar a errar e, eventualmente, atingiremos os objectivos? Obviamente que não.

Basta comparar com aqueles que chegaram ao sucesso, a diferença estará entre a quantidade dos erros com que aprendemos versus erros repetidos.

Todos os líderes, educadores, governantes, gestores, entre outros, têm a responsabilidade de conduzir suas equipas a produzirem resultados positivos. Esses líderes sabem que:

– Quem não erra não é um elemento positivo ou contributivo;
– Quem repete o erro é um elemento que deve estar sobre vigilância;
– Quem aprende dos erros cometidos e partilha esse aprendizado está a caminho do sucesso.

Esta introdução deve-se ao facto de estar na moda não corrigir os “errantes”, porque estaremos a ser intolerantes, anti-democráticos, ou até mesmo a praticar “bullying”.

Os erros pagam-se caros, quase todos já ouviram esta frase. Os nossos governos, empresas públicas, serviços públicos, políticos, entre outros, têm cometido sistematicamente os mesmos erros, nomeadamente:

– Repetimos que somos um povo pacífico, mas estamos sempre em guerra;
– Denunciamos a ineficiência dos serviços públicos desde a Independência, há 50 anos, e cada dia está pior;
– Os acidentes rodoviários matam mais do que as guerras e a tendência é piorar;
– As empresas públicas (salvo algumas excepções) estão continuamente em degradação;
– Os investidores, em particular dos grandes projectos, escrevem a legislação que lhes convêm e nós aprovamos, o que nos vai empobrecer. Escolhem ainda, para sua conveniência, quem não dever ser Ministro ou

PCA das suas tutelas, e que partes da legislação querem ignorar no decurso das suas actividades sem supervisão e consequências.

Como diz Aristóteles “O erro pode mostrar-nos onde precisamos ajustar o nosso comportamento para nos aproximarmos mais do ponto de equilíbrio que caracteriza a virtude”.

A Virtude não é um Estado Estático, tal como qualquer adjectivo, é, sim, um processo dinâmico na busca pela qualidade. Ser líder não é ser consensual com a mediocridade, os líderes rompem os ciclos dos erros, mesmo quando a maioria discorda. Os líderes devem deixar claro que a rotura contra o empobrecimento e a mediocridade é um caminho tortuoso e incómodo. Nesse trajecto difícil, serão cometidos muitos erros e aprenderemos deles, porque o sucesso também tem derrotas pelo caminho.

Em Moçambique, após 50 Anos de Independência, só houve um líder que deixou um legado – acções impactantes que demonstram amor ao próximo – foi Samora Machel. Contudo, foi o Presidente da República de Moçambique que fez mais roturas, internas e externas, e ao contrário dos seus sucessores, que estabeleceram uma estratégia para deixar um legado, Samora morreu sem essa preocupação, verdade seja dita.

A magia da governação não é obter resultados num curto espaço de tempo. Magia serão as acções que trarão resultados sustentáveis, durante um tempo longo.

Senhor Presidente Chapo, encoraje os seus Ministros a encorajarem os seus Ministérios a cometer erros, aprender deles e partilhá-los com o máximo de intervenientes possível, para que ninguém os repita. Os humanos vivem com o desejo incontrolável de ter certezas. Paradoxalmente, nós os humanos vivemos num mundo incerto e probabilístico.

A única certeza que temos é a morte.

Até lá, vamos trabalhar…

A Luta Continua!

Amade Camal

Sir Motors

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