Os moçambicanos aguardam com grande expectativa os resultados diferentes que o Novo Governo irá trazer para benefício de todos. Compete ao Governo estruturar a Macroeconomia, que se pode definir como: a ciência que estuda o comportamento da economia no seu conjunto a curto e longo prazo, em particular o crescimento, a recessão, o Produto Interno Bruto (PIB), inflação, produtividade, desemprego, balança de pagamentos, taxa de juro e taxa de câmbio, entre outros.
O desenvolvimento depende da Paz, Estabilidade, Previsibilidade e equilíbrio das contas públicas, principalmente. Num contexto de transição do Centro de Poder do Ocidente para Ásia, espera-se muita confusão nos indicadores político-econômico internacional. Esta luta de titãs durante a transição, dá aos empobrecidos como nós, uma oportunidade centenária de crescer, uma vez que os empobrecedores lutam entre si.
Para nós, África no geral, e Moçambique em particular, teremos que encontrar o equilíbrio entre as necessidades básicas e a estrutura de crescimento económico que garantirá desenvolvimento, uma tarefa dificílima como a célebre frase “sepultar os mortos, salvar os vivos e fechar os portos”, doMarquês de Pombal, aquando o terramoto de Lisboa em 1755.
No contexto moçambicano, sepultar os mortos significa dar prioridade aos cidadãos que sobrevivem, elevando-os da pobreza absoluta. Salvar os vivos significa empoderar os 60% de jovens que devem contribuir para o desenvolvimento.
Fechar os portos significa deixar de perder aproximadamente 50% da produção agrícola por falta de cadeia logística, deixar de exportar matéria-prima que deveria ser acrescentada valor no mercado por indústrias nacionais, substituir as importações por produção nacional, reduzir a despesa pública, combater o desperdício, erradicar os cartéis e a corrupção.
Para termos resultados diferentes, teremos que cortar o cordão umbilical da dependência do nosso Orçamento do Estado (OE). Como é possível alguém planificar a sua vida a contar com a ajuda (esmola) de outros, eles próprios com dificuldades?
Na relação entre nações, ninguém dá nada a ninguém, todos lutam pelo interesse maior dos seus povos. Os moçambicanos têm que estar preparados para viver com o que têm, se quisermos um futuro melhor. Significa tomar atitudes firmes de austeridade, em particular a classe política e classe média emergente, porque o resto dos cidadãos só vivem na austeridade.
Os cidadãos, em particular os urbanos, em especial a classe média emergente, quer certezas para se convencerem que controlam o seu futuro. A inversão do declínio depende muito do pragmatismo com que fazemos e aceitamos o diagnóstico, copiar a disciplina, princípios e valores dos que têm. Ou quando eles tiveram sucesso, contextualizá-los à realidade moçambicana. Não há dois casos iguais.
Mudar não é só corrigir o erro, pelo contrário, é um sinal de evolução! O mundo está em constantes mudanças, os cidadãos que fazem parte do mundo, também mudam, e se a governação não mudar será ultrapassada.
Projetos estruturantes são planeados a longo prazo, que é constituído por vários ciclos de curtos prazos, que se repetem entre diferentes imprevisibilidades. Paciência é muitas vezes teimosia disfarçada… esta frase é uma faca de dois gumes, temos que escolher o lado certo.
O futuro não existe. O futuro é hoje…
A Luta continua,
Amade Camal,