O punho cerrado de Hugh Masekela enquanto cantava “Bring Him Back Home” (Nelson Mandela), num memorável espectáculo, em Harare, no Zimbabwe, a 14 de Fevereiro de 1987 – eu estava à beira dos 20 anos! –, povoa, de forma vívida, a minha memória, necessariamente nostálgica daquele tempo. O som pungente do seu trompete ainda esplende […]
Diluídos no escuro os coqueiros, elegantes silhuetas projectam-se contra o profundo azul do céu O macúti balança sufocando o riso num sussurro amigo sob o peso da leve, levíssima brisa do mar Ao longe filtrada pelo silêncio a voz de Brenda Fassie dando […]
“Elegância devia ser o teu nome ou mesmo graça e harmonia ou ainda leveza, etérea leveza.” Fernando Couto Convivi inicialmente com o poeta Fernando Couto quando entrei para a Escola de Jornalismo em 1987, que ele dirigia, com a ajuda da mulher, Maria de Jesus, ambos de grata memória, pela excepcional e afetuosa […]
No dia 5 de Janeiro de 1993, passam hoje 30 anos, Noémia de Sousa ligou-me, com voz embargada, a dar-me a notícia da morte, em Queluz, do poeta moçambicano Fonseca Amaral. Eu vivia, à época, em Lisboa, e não era incomum encontrar-me com Noémia de Sousa, Rui Knopfli, Eugénio Lisboa, Fonseca Amaral ou Ruy Guerra. […]
“Na manhã de 16 de Dezembro de 1972, tropas coloniais portuguesas reuniram os habitantes de Wiriamu, incluindo mulheres e crianças, no largo principal da povoação e ordenaram-lhes que batessem palmas que cantassem para se despedirem da vida. Em seguida, os soldados abriram fogo. Os que escaparam às balas foram mortos por granadas. Incitados pelo brado […]
“Na manhã de 16 de Dezembro de 1972, tropas coloniais portuguesas reuniram os habitantes de Wiriamu, incluindo mulheres e crianças, no largo principal da povoação e ordenaram-lhes que batessem palmas que cantassem para se despedirem da vida. Em seguida, os soldados abriram fogo. Os que escaparam às balas foram mortos por granadas. Incitados pelo brado […]
Nelson Saúte Num belíssimo, raro e derradeiro poema, Noémia de Sousa, que escrevera o essencial da sua obra poética entre os finais da década de 40 e os inícios da subsequente, terminava com uma premonição: “os espíritos ancestrais me esperam”. O epílogo da sua vida dar-se-ia a 4 de Dezembro de 2002, aos 76 […]
Luís Bernardo Honwana, que faz hoje, neste sábado, 12 de Novembro, 80 anos, é um dos precursores da literatura moçambicana e um dos maiores intérpretes da moçambicanidade. Quando tinha 22 anos, em 1964, fez publicar uma obra seminal e fundadora da moderna ficção moçambicana – “Nós Matámos o Cão Tinhoso”. O início desta obra é […]
O Poeta Jorge Viegas, de seu nome completo Jorge Alberto Viegas, nascido em Quelimane, a 6 de Novembro de 1947, faz hoje 75 anos. Publicou, muito jovem, aos 19 anos, em 1966, “Os Milagres”, o seu livro de estreia. Seria, porém, ao ver os seus poemas estampados nos cadernos de poesia “Caliban”, editados por João […]
O Poeta Alberto de Lacerda morreu há 15 anos. Li, pela primeira vez, um poema seu publicado, na vetusta “Gazeta” da TEMPO, por Luís Carlos Patraquim, que me marcaria para sempre: “Diotima”. Aqueles versos iniciais são inesquecíveis e nunca me abandonaram: “És linda como haver Morte/ depois da morte dos dias”. Isto é de uma […]