Moçambique poderá ter um novo programa com o Fundo Monetário Internacional (FMI) até final de junho se as reuniões em curso desde segunda-feira tiverem sucesso, disse hoje à Lusa fonte do fundo em Maputo.
“Se as negociações forem concluídas com êxito nas próximas semanas, acreditamos que possa haver uma aprovação pelo Conselho Executivo do FMI antes do meio do ano”, referiu fonte oficial em resposta a questões colocadas pela Lusa.
Álvaro Piris representa o FMI durante a actual missão em Maputo, que decorre principalmente em formato virtual, “no entanto, com o apoio contínuo do escritório de representação do FMI em Moçambique”.
Tal como adiantado na terça-feira, o objetivo é “negociar um novo programa de financiamento – ECF (Extended Credit Facility)”, acrescentou a mesma fonte, sendo que “a agenda segue as necessidades de discussões e por enquanto não há uma data específica para a conclusão”.
Em cima da mesa e em discussão com Moçambique estão “uma série de reformas previstas nas áreas de gestão dos recursos naturais, governação e melhorias na gestão das finanças públicas”.
O FMI tinha anunciado em dezembro que as negociações sobre um Programa de Financiamento Ampliado iriam arrancar no final de janeiro.
“Um programa apoiado pelo Fundo pode ajudar a aliviar as pressões financeiras num contexto de recuperação económica, apoiar a agenda das autoridades na redução da pobreza e na restauração de um crescimento equitativo e sustentável”, defendeu na altura.
O FMI foi um dos parceiros a suspender as ajudas diretas a Moçambique em 2016 na sequência da descoberta do escândalo das dívidas ocultas do Estado, no valor de 2,7 mil milhões de dólares (2,4 mil milhões de euros).
As injeções financeiras para os cofres do Governo seriam depois retomadas em forma de ajuda pós-ciclones em 2019 e para enfrentar a pandemia provocada pelo novo coronavírus em 2020.(Lusa)