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2 de Março, 2023

Empréstimos do Banco Mundial ao país atingem mais um recorde em 2022

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Os empréstimos aprovados pelo Grupo Banco Mundial a Moçambique têm vindo, desde 2021, a crescer exponencialmente, atingindo recordes e, 2022 não foi excepção, pois, os montantes de crédito concedidos dispararam ainda mais, o que colocará o Banco, mais uma vez, como o maior credor do país.

 

Dados disponíveis no site do Banco Mundial em Moçambique mostram que no ano passado, os empréstimos aprovados pela instituição atingiram um valor nunca registado nos últimos cinco anos, 1,256 mil milhão de USD, contra 1,138 mil milhão de USD registado em 2021.

 

Numa análise comparativa, constata-se que nesses em 2022, os empréstimos cresceram em 118 milhões de USD. O valor registado em 2022, não só é maior em relação ao ano anterior, mas também em comparação a 2020 e 2019, anos em que os empréstimos atingiram 527 milhões de USD e 560 milhões de USD, respectivamente.

 

Durante o ano económico de 2023 do Banco Mundial (que arrancou em Julho de 2022 e termina em Junho próximo), os gráficos constantes no site indicam que mais um recorde poderá ser registado, pois os montantes emprestados até Março corrente, já atingem 1,200 mil milhões de USD.

 

A soma de empréstimos nos últimos cinco anos, totaliza 4,681 mil milhões de USD, verba que inclui compromissos da Associação Internacional de Desenvolvimento e Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento, ambos, parte do Grupo Banco Mundial. Entretanto, fonte da instituição disse à “Carta” que a carteira total de financiamento do Banco Mundial ao país atinge actualmente 5,300 mil milhões de USD.

 

O recorde atingido em 2022, em empréstimos, poderá cimentar o Banco Mundial como o principal credor de Moçambique, tal como aconteceu em 2021. De acordo com o Relatório de Dívida Pública referente a 2021, elaborado pelo Ministério da Economia e Finanças (MEF), o Banco Mundial e a China continuaram a acumular grande parte do stock da dívida pública externa naquele ano.

 

O informe ilustra que do total do stock da dívida externa do Governo Central avaliada em 10.4 mil milhões de USD, o Banco Mundial tinha, até 2021, uma comparticipação de 30%, seguido de “Outros” credores com 24%, China com 19%, Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e credores da dívida da EMATUM, com 9% cada, Portugal com participação de 5% e Japão, com 4%.

 

O MEF reconhece que depender muito de uma determinada instituição financeira na hora de pedir empréstimo, não é aconselhável, pois o recomendável é a diversificação de fontes. Entretanto, no referido Relatório, o MEF minimizou o perigo de maior dependência do Banco Mundial.

 

“Embora uma carteira diversificada em termos de fontes seja em princípio mais desejável já que evitaria uma excessiva exposição em relação a um credor específico, a significativa dependência do Estado em relação aos financiamentos do Banco Mundial não representa necessariamente uma vulnerabilidade, pois, o perfil predominantemente concessional da maior parte dos empréstimos deste credor está associado a um efeito positivo no perfil geral de custos e riscos da dívida do Governo Central”, assegura o MEF no informe sobre a dívida pública referente a 2021. (Evaristo Chilingue)

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