Dados do Relatório Anual da Balança de Pagamentos (BoP), tornados públicos esta quinta-feira pelo Banco de Moçambique, revelam que o país registou um superavit de 211 milhões de USD, no seu saldo global entre as transacções económicas realizadas entre os residentes do país e o resto do mundo, o correspondente a 1,0% do Produto Interno Bruto (PIB).
O Relatório narra que, em 2024, o saldo conjunto das Contas Corrente e Capital cresceu em 26,4% para a magnitude de 2.231 milhões de USD, equivalente a 10,1% do PIB. O resultado, explica a fonte, “reflecte a deterioração do défice da Conta Corrente, quando comparado com 2023, em USD 291 milhões, conjugado com a redução do saldo superavitário da Conta Capital em USD 175 milhões”.
No entanto, o Banco de Moçambique relata uma tendência de melhoria do saldo conjunto das Contas Corrente e Capital nos últimos cinco anos, “ainda que em 2022 tenha conhecido um acentuado agravamento do défice”, em linha com o comportamento da Conta Corrente que se ressentiu do aumento do saldo negativo da conta de bens.
“O défice da conta de bens foi justificado, basicamente, pela subida de importações por parte dos Grandes Projectos, com a chegada da plataforma Coral Sul FLNG. Refira-se que a conta de serviços registou, igualmente, um aumento do défice em 11%, explicado pela subida dos custos líquidos das importações de serviços dos Grandes Projectos”, acrescenta.
De acordo com o Relatório, a conta financeira situou-se em 2.495,5 milhões de USD, o que corresponde a 11% do PIB, “o que representa uma redução do saldo em USD 122,5 milhões, após o montante de USD 2.617,1 milhões, em 2023”.
“Esta redução decorreu do aumento da aquisição líquida de activos em USD 1.955,5 milhões (118%), sob forma de Outro Investimento, com recurso a instrumentos de dívida, com ênfase para as transacções dos Grandes Projectos que incrementaram USD 919 milhões”, salienta.