A Polícia da República de Moçambique (PRM) informou ontem que o cidadão português José Pedro Alves da Silva, assassinado a tiro na última sexta-feira (2 de Maio), na Matola, foi morto pelo segurança e pelo motorista, durante uma tentativa de roubo do dinheiro que a vítima transportava na viatura, descartando qualquer tentativa de rapto.
Segundo o porta-voz do Comando-Geral da PRM, Leonel Muchina, as investigações e a reconstituição dos factos realizadas pela Polícia constataram o envolvimento directo do segurança e do motorista da vítima na execução do crime. Ambos, diz Muchina, confessaram o homicídio que resultou na morte do empresário, no entanto, não foram apresentados aos jornalistas, como habitualmente faz a PRM.
“O resultado das investigações aponta que, no interior da viatura, não foram encontrados estilhaços de vidro, o que contraria a versão de que supostos meliantes teriam quebrado o vidro da viatura onde a vítima se encontrava”, afirmou Muchina.
Muchina relatou ainda que, no local do crime, foi encontrado um vidro quebrado caído no chão, indicando que a força aplicada veio de dentro para fora. Disse também que no interior da viatura foi localizado um invólucro de munição de arma de fogo do tipo pistola e nenhum invólucro foi encontrado no chão, o que contraria a versão inicial apresentada pelos supostos assassinos-confessos do empresário português.
Segundo o porta-voz da PRM, eles haviam alegado que o disparo teria sido feito por uma arma do tipo AK-47, usada por supostos meliantes que bloquearam a viatura e se faziam transportar em dois veículos: um BMW de cor preta e uma Ford Ranger.
Até ao momento, de acordo com a polícia, o motorista confessou que o disparo foi efectuado pelo segurança, dentro da viatura, e que não houve perseguição nem disparos vindos do exterior. Após o disparo, ambos levaram a vítima até um parque da empresa, onde trocaram de viatura e repuseram a munição no carregador da arma do segurança.
A PRM informou ainda que, segundo os relatos dos indiciados, por volta das 7h00 do dia do crime, eles buscaram a vítima e recolheram dinheiro em duas sucursais da empresa Sotubos, localizadas na Praça dos Combatentes e no Zimpeto. Em seguida, dirigiram-se para outra sucursal no bairro da Machava, na Matola, onde executaram o crime com a intenção de roubar o montante.
Importa destacar que, inicialmente, as informações que circularam indicavam que o empresário teria perdido a vida durante uma tentativa de rapto. Em vida, o cidadão português era administrador da SOTUBOS, uma conhecida empresa de venda de tubos e materiais de construção.