Sir Motors
Expor esta relação e o vazio de que é feita a política, ou o discurso político, pode ser uma forma de chamar atenção para a necessidade de se olhar para os políticos de uma nova forma… para que possamos ter uma maior consciência da cidadania, para que de facto possamos questioná-los com maior profundidade. Mas ao mesmo tempo a exploração da expressão folclórica, através dos corpos também folclóricos que acompanham o folclore político, pode ser uma forma bastante reveladora desta ambiguidade, do vazio, – mas isso carece de uma sociedade politicamente mais engajada, capaz de identificar muito mais facilmente esses vazios que a política instaura na vida dos cidadãos – a mentira, as falsas promessas, a verborreia, etc.
A memória do corpo, a sua relação com a realidade político social, e a forma como Domingos Bié, se emerge sem limites com sua energia á um quotidiano cheio de adrenalina. Tudo isto será inscrito num espaço e se relacionará com o ritmo crescente, uma estética e vocabulário corporal complexo, objectivo, preciso, harmonioso e agitado, como o dia-a-dia digno dum moçambicano em sua capital, 90% cosmopolita, transformando-se num solo de extrema beleza.
Sobre Domingos Bié
Iniciou a sua carreira há mais de 20 anos, no grupo de teatro e danças tradicionais moçambicanas, passou pelo grupo Yuses Baile onde formou se em Ballet Clássico, mais tarde integrou a Companhia Culturarte, onde participou como intérprete e criador de várias obras, algumas das quais premiadas (Dentro Mim Outra Ilha, Mafalala do coreografo Panaibra Canda e Orobroy Stop de Horácio Macuacua, no Danse l`afrique danse, 2006-2010). Ao longo da sua carreira, teve oportunidade de colaborar com outros coreógrafos nacionais e internacionais, como Janeth Mulapha, Pak Ndjamena, Thomas Hauert, Math Voother, entre outros, e de participar de vários festivais internacionais.
Atualmente é assistente da Cie. Culturarte e dirige o seu novo trabalho Folclore-Politicamente Falando, premiado segundo lugar no concurso de dança contemporânea organizado pela União Europeia, em Maputo, 2016.
(22 de Novembro, às 18h:30min no Centro Cultural Brasil-Moçambique)
