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10 de Fevereiro, 2025

Tensão pós-eleitoral: Desconhecidos em Nampula prometem fazer “justiça” caso os preços não baixem a partir de hoje

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Está à vista uma nova onda de tensão social nas maiores cidades moçambicanas, desta vez motivada pela subida galopante dos preços dos produtos de primeira necessidade. Depois de Venâncio Mondlane ter anunciado, em seu decreto paralelo, a revisão em baixa do preço do cimento de construção (para 300 Meticais), tem-se multiplicado a onda de protestos contra os preços exorbitantes dos produtos de primeira necessidade.

 

Na semana finda, um grupo de manifestantes, em Maputo, visitou alguns supermercados e armazéns a exigir a redução de preços dos produtos de primeira necessidade, ameaçando encerrar os estabelecimentos comerciais, cujos proprietários não aceitarem as “ordens” do auto-proclamado “Presidente do Povo”.

 

Em paralelo, um documento denominado “alerta máxima” foi posto a circular nas redes sociais, na província de Nampula, igualmente a fixar um conjunto de preços de produtos de primeira necessidade a serem praticados a partir desta segunda-feira.

 

O documento, emitido com timbre usado pelo “Jornal do Povo”, de Venâncio Mondlane, e com alegado conhecimento do político, ameaça fazer “justiça”, com recurso à lei do talião, a quem não cumprir com a orientação.

 

Contactado pela “Carta”, Dinis Tivane, do Gabinete de Venâncio Mondlane, garantiu não ter conhecimento do documento, que promete levantar uma nova convulsão social. Aliás, desde o anúncio das chamadas medidas dos 100 dias de governação de Venâncio Mondlane que o país está mergulhado numa nova crise, com constantes tumultos nas escolas, assim como com casos de saque de bens (sobretudo cimento) em alguns pontos do país.

 

O documento exarado em Nampula, que entra em vigor esta segunda-feira, determina, por exemplo, que 10 kg de farinha de milho devem custar 350 Meticais, enquanto o arroz (de 10 Kg) deve custar 400 Meticais. O saco de arroz de 25 Kg deve custar 800 Meticais, enquanto o de farinha de milho deve ser vendido a 700 Meticais. O preço do óleo alimentar é fixado em 80 Meticais para uma garrafa de 1 Litro e 350 Meticais para uma garrafa de 5 Litros.

 

Refira-se que desde finais de Dezembro de 2024 que os preços dos produtos acima referidos subiram de forma galopante. O arroz de 3ª qualidade, por exemplo, era vendido entre 1200 e 1450 Meticais, mas agora é comercializado entre 1.700 e 2.200 Meticais. A vandalização de estabelecimentos comerciais, em particular armazéns, é feita tendo como motivo a subida estrondosa dos preços, sobretudo nas cidades de Maputo e Matola. (Carta)

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