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Maputo -

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26 de Novembro, 2020

Os farejos dos “cães de guerra”

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Lá nas bandas de Quissanga, na martirizada província de Cabo Delgado, os narcos foram “legalizados”. Os tipos circulam à vontade, enquanto isso, o povo luta para chegar às zonas seguras; eles carregam suas mercadorias, organizam nos carros e zarpam livremente. Estranhamente, ninguém lhes fiscaliza e nem os ataca, sejam militares, assim como, terroristas. Quando chega a hora de escoar o produto, há um acordo de não-agressão entre eles.

 

A rota que já era usada há anos, agora foi totalmente legalizada. O local é um matador de gente estranha e metida a investigador. As coisas por lá funcionam que nem em Sinaloa de El Chapo  e os corredores de Medile de Escobar.

 

O acordo de livre-trânsito permite que mais cães de guerra surjam. As guerras em Moçambique criaram muitos the dog of war, não é em vão. Com extorsões de camionistas e passageiros que circulam pelas estradas nacionais, acabando por ser alvo todo aquele que não coopere com os mesmos. Os vendedores de armas alegram-se com a sanha assassina da guerra. Para eles quanto mais perdura uma guerra melhor é. 

 

As províncias de Cabo Delgado, Manica, Sofala e Maputo estão banhadas de cães de guerra, outros sentados nos escritórios e mansões na capital e os uns fazendo as coisas acontecer ao longo das Estradas Nacionais (EN 1, 7 e 380).

 

Os cães de guerra se beneficiam de tudo, até de raparigas, jovens ou mulheres carenciadas e desprovidas de tudo. Eis que “homens predadores” chegam e que dão produtos alimentares em troca de sexo, quando há resistência não te apoiam. Os cães de guerra beneficiam-se dos choros e das mortes dos inocentes. Fecham grandes negócios por cima do sangue e da morte do povo inocente. Alimentam as partes beligerantes de um conflito para continuarem a comer mais. 

  

Os cães de guerra farejam tudo, até a desgraça do povo. Que o diga os deslocados de guerra em Cabo Delgado, Manica e Sofala, que de números que são apresentados, contas de particulares engordam. Mansões, carros, fatos bonitos e de último grito são adquiridos pelo suor de apoio e campanhas sem fins feitas em nome de quem mais precisa. Os proprietários de carros e barcos, estes especulam preços de transporte, levando crianças, mulheres, homens desprovidos e velhos a caminharem por longos dias para chegar a um local seguro.

 

Os cães de guerra não conhecem filantropia, altruísmo, dor, amor ao próximo e muito menos sofrimento. O cão de guerra fareja tudo. Ama a guerra. Ama a violência. Os cães de guerra interrompem sonhos de adolescentes e jovens iludindo-os, fazendo-os acreditar que queimando casa do pobre povo, decapitando e bebendo o sangue do outro é sinal de lutar por uma causa justa. 

 

Em todas as guerras, surgem the dog of war e em Moçambique são vários e estão presentes em tudo que é sector-chave da sociedade: político, económico, religioso e cultural. Todos eles atrás do dinheiro sujo. Cães de guerra são mafiosos que fazem de tudo para terem dinheiro através da violência armada e excessiva. Raptos, extorsões e assassinatos. Queremos que a guerra acabe, disse um ancião ao Presidente Nyusi em Macomia! Quem sabe assim, os cães de guerra desapareçam… 

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