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domingo, 19 junho 2022 15:46

Indústria Extractiva em Moçambique: Gás do Rovuma já começa a sair do fundo do mar

flutu min

O Ministério dos Recursos Minerais e Energia de Moçambique anunciou, sábado, que o projecto Coral Sul começou a bombear gás natural para a sua plataforma flutuante na Área Quatro da Bacia do Rovuma, ao largo da costa da província nortenha do Cabo Delgado, abrindo assim caminho para a primeira exportação de gás natural liquefeito (GNL) ainda este ano.

 

A plataforma flutuante Coral Sul foi construída num estaleiro sul-coreano e rebocada para águas moçambicanas em Março de 2022. Seis poços submarinos de gás natural foram ligados à plataforma em Maio. A bordo da plataforma, o gás será liquefeito e depois bombeado para os navios que o enviarão para os mercados consumidores.

 

Citado no comunicado do seu ministério, o ministro dos Recursos Minerais e Energia, Carlos Zacarias, disse que a concretização deste último marco coloca Moçambique no mapa dos países produtores de GNL.

 

“Isso terá um impacto significativo na receita e é uma contribuição para a segurança energética global”, acrescentou. “Mostra que as condições estabelecidas pelo governo para o desenvolvimento deste projeto permitiram que ele fosse implementado dentro dos prazos”. Agora que o gás está a entrar na plataforma flutuante, acredita-se que estejam reunidas as condições para que o primeiro carregamento de GNL moçambicano ocorra no segundo semestre de 2022.

 

As obras de construção da plataforma iniciaram-se no estaleiro coreano em Setembro de 2018, tendo sido concluídas, dentro do prazo (38 meses), permitindo a partida da plataforma para Moçambique em Novembro de 2021. A plataforma tem capacidade para liquefazer 3,4 milhões de toneladas de gás natural por ano. A British Petroleum (BP) assinou um contrato para comprar toda a produção da plataforma. O gás é proveniente do reservatório Coral, onde há reservas estimadas em 450 bilhões de metros cúbicos.

 

A plataforma tem 432 metros de comprimento e 66 metros de largura. Ele pesa cerca de 220.000 toneladas e tem capacidade para acomodar até 350 pessoas em seu módulo “Living Quarter”, de oito andares. A plataforma está ancorada a uma profundidade de cerca de 2.000 metros e é mantida em posição por meio de 20 cabos de amarração que pesam no total 9.000 toneladas. É a primeira instalação flutuante de GNL já implantada na África.

 

 O operador do projeto Coral South é a empresa italiana de energia ENI. Ela está à frente de um consórcio que inclui também a gigante americana de petróleo e gás, a ExxonMobil, a Companhia Nacional de Petróleo Chinesa (CNPC), a empresa portuguesa Galp, a Kogas da Coreia do Sul e a própria Empresa Nacional de Hidrocarbonetos de Moçambique. (Carta)

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