Os terroristas que na segunda-feira (27) foram vistos a circular por algumas aldeias do distrito de Nangade, província de Cabo Delgado, foram abatidos esta terça-feira (28) pela Força Local.Um membro da Força Local disse à "Carta" que se trata de três terroristas que durante a sua incursão roubaram alimentos na aldeia Nova. Acredita-se que todos eram moçambicanos.
"É verdade, depois da perseguição foram abatidos e enterrados na mesma cova. Não foi muito difícil porque depois que a Força Local tomou conhecimento começou a perseguição e foram neutralizados", explicou.
A mesma fonte acrescentou: " antes do enterro, os corpos foram trazidos à vila para serem apresentados à população e depois foram enterrados na mesma cova no cemitério do bairro Olota". Dos três, apenas um tinha uma metralhadora, os restantes estavam desarmados.Residentes de Nangade confirmaram que os três terroristas foram apresentados publicamente antes do enterro. (Carta)
Desconhecidos arrombaram a loja Lilás, a ferragem Gul Shana LDA e Patni comercial, EI, todas localizadas na avenida Josina Machel, na cidade de Maputo. Presume-se que o arrombamento tenha ocorrido entre sábado e domingo último.De acordo com a Gerente da Loja Lilás, que preferiu não se identificar, não se sabe quando é que os malfeitores arrombaram aqueles estabelecimentos, visto que encerraram as suas actividades no último sábado por volta das 14h00 e só reabriram na segunda-feira.
"Quando chegamos esta segunda-feira, encontramos a loja cheia de agentes do Serviço de Investigação Criminal (SERNIC) e da Polícia da República de Moçambique (PRM). Os nossos chefes também já se encontravam no local e foi daí que nos demos conta do sucedido, mas até aqui não sabemos o que foi saqueado porque ainda estamos a fazer o inventário", disse à nossa reportagem, pedindo que contactássemos a polícia para mais detalhes.
"Entramos na loja e encontramos tudo escancarado, roupas espalhadas e percebemos que roubaram muita coisa, mas como não temos guarda nesta loja, não sabemos dizer como tudo ocorreu".
Entretanto, outra fonte que também preferiu falar em anonimato, mas que vende plásticos em frente à loja Lilás, contou que os malfeitores se introduziram naquele estabelecimento pela parte traseira, depois de partir a parede para ter acesso ao interior.
"Os bandidos entraram por trás, do lado do armazém, partiram a parede da loja Lilás e de lá conseguiram partir a parede para ter acesso à ferragem Gul Shana LDA. Depois partiram outra parede para entrar na ferragem Patni comercial, EI", explicou.
“Carta” tentou ouvir os gestores das Ferragens Gul Shana LDA e Patni comercial, EI, mas estes optaram pelo silêncio."Não queremos falar mais sobre este assunto, para nós já passou", foram as únicas palavras que pudemos colher de um dos gerentes das lojas.
Na 1ª Esquadra da PRM soubemos que dos três estabelecimentos arrombados, apenas a loja Lilás participou a ocorrência à polícia e os restantes não o fizeram.
"Os malfeitores furaram a parede da loja Lilás e retiraram tudo que pretendiam, de lá conseguiram entrar nos outros dois locais. Desta loja de venda de artigos femininos conseguiram retirar um valor de 80 mil Mts, oito relógios e 20 fatos femininos. E das ferragens, mesmo sem terem efectuado a queixa, ficamos a saber que tiveram danos avultados", detalhou um dos agentes que falou à "Carta" e nos recomendou a submeter uma credencial para ter mais detalhes. (M.A)
O distrito de Nangade, norte da província de Cabo Delgado, voltou a registar esta segunda-feira (27) uma movimentação de terroristas, numa região que dista a menos de 50 quilómetros da vila sede. Depois de meses sem circulação de terroristas, este episódio pode marcar o retorno dos insurgentes ao distrito.
Residentes de Nangade-sede, disseram à "Carta" esta segunda-feira, que um grupo de terroristas [menos de dez] escalou a aldeia Nova, levando à fuga de algumas famílias.
"Foram vistos hoje (segunda-feira) na aldeia Nova, mas não temos relatos de mortes. Essa aldeia está um pouco distante da vila", disse Sebastian Américo, a partir do bairro Ndeganamade, em Nangade-sede.
Outro residente referiu que os terroristas não protagonizaram actos de violência, mas saquearam produtos alimentares. "É um grupo pequeno e pensamos que estão à procura de dinheiro, contudo, não violentaram os civis".
As fontes acrescentaram que as Forças de Defesa de Moçambique e da Tanzânia e a milícia local teriam iniciado a perseguição do grupo. Os relatos sobre a presença de terroristas em Nangade acontecem numa altura em que a maior parte da população que se tinha refugiado à sede do distrito regressou às suas aldeias e está empenhada na produção agrícola e no tratamento dos cajuais. (Carta)
Os Profissionais de Saúde anunciaram a prorrogação da greve por mais 30 dias, face à falta de consensos nas negociações, acusando o Governo de "intensificar as ameaças" à classe.
“Volvidos 30 dias de greve, anunciamos a prorrogação por mais 30 dias, até que o Governo interiorize e compreenda o valor de uma vida. Todos os profissionais de saúde que se identificam com a causa que fiquem em casa”, disse a Secretária-Geral da Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM), Sheila Chuquela, em conferência de imprensa, esta segunda-feira (27).
Segundo Chuquela, os profissionais de saúde decidiram prorrogar a greve visto que das conversações que estão a decorrer com o Governo continua o braço-de-ferro, por este teimar em não apresentar garantias concretas de que vai cumprir com os acordos de Junho e Agosto de 2023, firmados em sede de negociações.
Ela alegou que a greve abrange cerca de 67.000 profissionais de diferentes departamentos do Serviço Nacional de Saúde, excluindo os médicos. Entretanto, para cessação da mesma, o Governo deve apresentar prazos para o cumprimento dos acordos já alcançados em sede de negociações, sobretudo no que diz respeito à disponibilização de material médico-hospitalar e melhoria das condições de trabalho.
“Nós estamos em greve e a viver um clima de ameaças por parte do Governo que chega a recorrer a transferências arbitrárias para unidades sanitárias mais distantes”, lamentou.
Na ocasião, Chuquela acusou o Executivo de continuar a "negligenciar" a saúde dos moçambicanos, ao "usar estudantes totalmente despreparados" para atender os utentes que procuram pelos cuidados de saúde.
“Como podem perceber, o Governo tem estado a imprimir manobras como quem não quer solucionar os problemas existentes no serviço nacional de saúde e não leva a sério as questões apresentadas para cansar o profissional de saúde”, disse.
Por outro lado, Chuquela diz que o Ministro mostrou caixas vazias ao levar os jornalistas para visitar o armazém de medicamentos no Zimpeto.
“Como é que se justifica que nas farmácias das Unidades Sanitárias esses mesmos medicamentos não existam? Nós nunca afirmamos que nos armazéns não há medicamentos. Nós afirmamos que nas farmácias dos hospitais não há medicamentos”. (M.A)
A população da aldeia Nanjaba, localizada a 16 quilómetros da sede do distrito de Macomia, recusou-se na semana passada a receber ou viver próximo de uma unidade militar que pretendia instalar a sua posição naquela zona. No passado dia 10 de Maio, a aldeia foi alvo dos terroristas que atacaram a vila de Macomia.
Fontes disseram que, quando a população se apercebeu que os militares queriam estabelecer uma posição, começou a sair, alegando receio de ser atacada pelos terroristas que advertiram que não podiam aceitar a presença das FDS.
"Isso é verdade, a população pediu aos militares para se retirarem. Caso contrário, iria se instalar nas machambas, porque alega ter medo dos terroristas. No dia em que atacaram Macomia, uma parte destes estava em Nanjaba. Parte dos produtos que roubaram na sede deixaram em Nanjaba e depois foram a Mucojo. Avisaram que não podiam receber os militares que eles consideram ateus", contou Ayuba Salimo, residente da vila de Macomia.
Eduardo Chilave, outro residente da vila de Macomia, comentou: "um dos factores que aumenta a falta de confiança entre a população e os militares é a violência. Muitas vezes há queixas de maus tratos", disse, acrescentando: "na noite de sexta-feira capturaram um guarda de um estabelecimento comercial ali no mercado e até aqui não se sabe o seu paradeiro".
Outra fonte avançou que, provavelmente, as forças moçambicanas queriam posicionar-se naquela aldeia para controlar os movimentos da população e de possíveis terroristas, uma vez que, mesmo sem autorização, a população de Mucojo está a abandonar as famílias de acolhimento na vila de Macomia, optando por regressar às suas zonas de origem.
As nossas fontes acrescentaram que, nos últimos dias, as Forças de Defesa e Segurança não têm sido bem vistas na vila de Macomia, por cauda da perseguição aos civis e alegada falta de prontidão combativa contra os terroristas que mesmo na presença das FDS atacaram a vila sede e fizeram "dawah" sem qualquer resistência. (Carta)
Os ciclones e cheias que têm assolado Moçambique já causaram 2.942 mortes e afectaram 11.050.533 pessoas nas últimas cinco décadas. De acordo com dados publicados no último sábado pela Agência de Informação de Moçambique (AIM), citando o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), os números de óbitos e pessoas afectadas por estas intempéries têm estado a crescer nos últimos anos, como consequência do aumento dos ciclones.
“Até um passado recente, Moçambique notificou uma média de cinco ciclones durante uma década, mas o número cresceu, tendo se registado só nos últimos quatro anos nove ciclones. O ciclone IDAI, por exemplo, encontra-se na lista dos que mais matou em 2019, tendo provocado a morte de 603 pessoas, seguido do ciclone Freddy que matou 172 pessoas entre 2022/2023 e o ciclone Gombe que fez 62 mortes em 2021/2022”.
O INGD fala ainda das cheias que ocorreram no ano 2000 nas províncias de Gaza, Maputo, Inhambane e Sofala, provocando a subida dos caudais dos rios Limpopo, Incomáti, Umbeluzi, Save, Buzi, causando 699 óbitos e no ano seguinte 113 mortes. Em 2012, ocorreram cheias que causaram 167 mortes.
Segundo a Directora do Centro Operativo de Emergência (CENOE), Ana Cristina, que falava durante uma reflexão sobre os impactos dos eventos climáticos extremos nas autarquias, o histórico dos ciclones em Moçambique mostra um total de 1,503 óbitos e 6,235,853 pessoas afectadas.
Refira-se que, no período chuvoso entre Outubro de 2023 e Março de 2024, perderam a vida no país 62 pessoas, maioritariamente por desabamento de paredes e afogamentos. Foram registados ainda 152 feridos e 181.708 afectados, o equivalente a 37.279 famílias.
No mundo, Moçambique é um dos países mais severamente afectados ciclicamente por cheias e ciclones tropicais durante o período chuvoso. (M.A)